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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

O BRASILEIRO DE DIREITA – OU: TORTURE OS NÚMEROS ATÉ QUE CONFESSEM!

O Datafolha quis saber como o brasileiro se define ideologicamente. Vejam o resultado. Há também um cruzamento da declaração com preferências partidárias e intenção de voto. Viram só? Nada menos de 37% das pessoas se dizem entre a centro-direita e a extrema direita. E só 20% entre a centro-esquerda e a extrema esquerda. No centro […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 15h11 - Publicado em 30 Maio 2010, 10h01

O Datafolha quis saber como o brasileiro se define ideologicamente. Vejam o resultado. Há também um cruzamento da declaração com preferências partidárias e intenção de voto.ideologia-datafolha1

Viram só? Nada menos de 37% das pessoas se dizem entre a centro-direita e a extrema direita. E só 20% entre a centro-esquerda e a extrema esquerda. No centro propriamente, estão apenas 17%. E, por incrível que possa parecer, somos a única grande democracia do mundo sem um candidato de direita — coisa que o tucano José Serra ou a verde Marina Silva, adversários da petista Dilma Rousseff, do PT, não são.

Fernando Rodrigues escreveu um texto na Folha a respeito desses números. Num dado momento, afirma:
A soma dos que se dizem de centro, centro-direita e centro-esquerda é de 38%. O percentual é maior do que os daqueles que se dizem mais à esquerda (12%) ou mais à direita (24%).
As somas são essas. Mas por que ele juntou “centro-esquerda”, “centro” e “centro-direita”? O esforço evidente é para caracterizar o país com uma maioria relativa de centristas.

Tá… Então é esse o seu critério? Não! A cada hora, ele usa um.

O título do texto é este: “Maioria dos eleitores do PSDB diz ser de direita”. E o jornalista escreve logo de cara:
“A maioria (51%) dos simpatizantes do PSDB no Brasil se diz de direita, segundo pesquisa Datafolha realizada em 20 e 21 de maio, com 2.660 pessoas em todo o país. Entre os petistas, a taxa dos que se declaram de direita é de 35%.”

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Como ele chegou aos 51%? Somou os eleitores tucanos que se dizem de “centro-direita” (20%), de “direita” (14%) e de “extrema direita” (17%). OU SEJA: quando se trata de caracterizar uma maioria de direitistas no PSDB, o jornalista chama a “centro-direita” de “direita”; quando se trata de caracterizar o Brasil como um país de centristas, aí a “centro-direita” vira… centro!

Usando o mesmo critério de “centro” com que ele definiu o Brasil, o seu título e seu lead vão para o vinagre. Por quê?
– Soma de centristas do Brasil – 38%
– Soma de centristas do PSDB – 49%

– Soma de centristas do PT – 41%
– Soma de centristas do eleitorado de Serra e do eleitorado de Dilma – 40%

Com um critério, ele cria o “Brasil de centro”; com outro, o “PSDB da direita”. Como se nota, uma tabela não é uma tabela. Dá para torturá-la até que ela confesse o que se quer buscar nela.

Que importância tem isso?
O eleitorado não identifica “direita” ou “direitista” com coisa ruim — ao contrário até, ou o resultado seria outro. Mas é muito diferente na imprensa, majoritariamente de esquerda. Nessa área, tais palavras soam como verdadeiros palavrões. Ninguém vai pegar no pé do “povo” porque a maioria se diz “de direita”. Mas já fica mais fácil pegar no pé dos tucanos…

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