O Brasil de tanga 1 – Os vagabundos selvagens: com penacho e sem penacho
Leiam o que vai abaixo, do Jornal da Globo de ontem. Para ver a imagem, cliquem aqui. Volto em seguida. E volto bem… O projeto da usina de Belo Monte e os impactos que a instalação da hidrelétrica poderão causar estão sendo discutidos num encontro em Altamira, sudoeste do Pará. Participam moradores da região, ONGs […]
O projeto da usina de Belo Monte e os impactos que a instalação da hidrelétrica poderão causar estão sendo discutidos num encontro em Altamira, sudoeste do Pará. Participam moradores da região, ONGs e índios de 24 etnias. O engenheiro da Eletrobrás Paulo Fernando Rezende foi convidado para apresentar os estudos sobre a usina. Quando terminou de falar, os índios atacaram o engenheiro.
Ele foi atingido a golpes de facão. Depois da confusão o engenheiro foi levado para um hospital com ferimentos no braço. A agressão lembra um episódio acontecido há quase 20 anos, num encontro sobre a instalação da mesma usina. Uma índia ameaçou com um facão o engenheiro José Antônio Muniz, hoje presidente da Eletrobrás.
No último dia 16, a Justiça Federal determinou que os estudos de impacto ambiental para a construção da usina, que estavam suspensos desde o mês passado, sejam retomados. O Ministério Público avisou que vai recorrer.
Após a agressão, o engenheiro foi ouvido pela Polícia Federal e fez exame de corpo delito. Ninguém foi preso. O Ministério Público Federal pediu à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar o caso. Em nota, a diretoria executiva da Eletrobrás afirma que tomará todas as providências necessárias para que os responsáveis pela agressão sejam punidos.
Comento
Assisti ao Jornal da Globo — que considero impecável — na Internet, já que a minha consulta-papo com meu médico (ver última nota de ontem) foi até bem tarde. Quando cheguei, já estava no fim. Havia o e-mail de um amigo me alertando para a reportagem acima. É isto: vivemos o clima do pega-pra-capar. Curiosamente, ele é estimulado por uma fração da mesma força política — o petismo — que hoje precisa fazer a usina. De certo modo, experimentamos a fantasmagoria gramsciana (refiro-me a Gramsci, o pensador comunista italiano), segundo quem “O Partido”, que ele chamava de “Moderno Príncipe”, se imporia como um novo imperativo categórico. Mesmo para se opor ao “Moderno Príncipe”, queria Gramsci, seria preciso pertencer ao… Moderno Príncipe.
O que estou dizendo? Que os índios são petistas? Os índios não são nada — na maioria das vezes, são apenas oportunistas. Mas as ONGs, os padres e a Funai (Fundação Nacional do Índio), que os “protegem”, bem, estes são ligados ao partido desde que ele existe. Observem o óbvio, ora essa: Tarso Genro, um ministro da Justiça de mão cheia, despachou para Roraima uma pequena força bélica da PF mais um destacamento da Força Nacional de Segurança. Para levar a paz à região? Não. Para combater o que ele chamou de “meia-dúzia de arrozeiros”, classificados por de “terroristas”. Paulo César Quartiero foi preso e algemado, diante das câmeras, como sói acontecer, por conta de um conflito com funcionários de uma fazenda invadida. Mesmo estando a questão sub judice, no Supremo, o Mão-Cheia declarou: “A terra é dos índios”. Mentira! A terra é da União. O homem, que mal governa sua cozinha, pretende ser Executivo, Legislativo e Judiciário. E, parece, nem precisa das duas mãos para tanto.
Ora, índio hoje tem short Adidas, célular e camionete. Divirto-me vendo aqueles de Raposa Serra do Sol, todos com nomes “cristãos”, português certamente superior ao do presidente da República — alguns até cortam o cabelo bem curto atrás, com um topete, assim, com sotaque anos 50, bem Elvis Presley… Sim, eles também têm antena parabólica. E, sobretudo, são protegidos pela água benta dos padres, aquela tocada pelo espírito de Anhangá… A Escatologia da Libertação tem a “Teologia Achada no Mato”. E índio está sempre certo, mesmo quando passa o facão num cristão…
Há três grupos inimputáveis no Brasil: as crianças, os idiotas e os petistas. Os índios, à diferença do que se pensa, podem, sim, ser responsabilizados por seus crimes, desde que fique evidenciado que eles têm compreensão do ato praticado. Aqueles vagabundos de penacho que atacaram o engenheiro com facões podem e devem ser processados se ficar provado que sabiam o que estavam fazendo — e creio que soubessem, não é mesmo? A Constituição brasileira tutela o direito à diversidade cultural, não o direito ao crime. Mas vai acontecer alguma coisa com eles? Nada! Ou a Funai e os “antropólogos” que acreditam na superioridade telúrica do calção Adidas, da antena parabólica, da caminonete e do tráfico de madeira ficarão todos ouriçados.
Não vou cansar de repetir. O Brasil é signatário da Declaração dos Povos Indígenas (íntegra aqui). Entre os artigos que declaram, na prática, a independência dos índios, pode-se ler:
Artigo 3
Entenderam? É o governo brasileiro quem reconhece que eles têm a palavra final sobre o que consideram ser a “sua terra” (como quer Tarso Genro). Insuflados pelos cristianismo indigenista (Deus meu!!!) e pelas ONGs regiamente financiadas por dinheiro que vem do exterior sem qualquer vigilância ou controle, eles vão fazer o que acham certo. E, se acharem certo passar o facão num “branco”, eles passam.
Precedente dos cintas-largas
No dia 7 de abril de 2004, 29 garimpeiros — brancos, pretos, mulatos — foram massacrados por índios cintas-largas no garimpo de Laje, que fica numa reserva em Espigão d’Oeste, a 534 km de Porto Velho, em Rondônia. Massacrados? Foram esmagados mesmo. Motivo? Briga pelo controle da exploração de diamantes, cuja máfia é controlada por adoráveis silvícolas com nomes bem sugestivos: Panderê Cinta Larga, Nacoça Pio Cinta Larga, Carlão Cinta Larga e Zé Paulo Cinta Larga.
Pretexto? Os bacanas disseram que não queriam garimpo de diamante em suas terras e que mataram para proteger suas mulheres e suas crianças. O tal Panderê era nada menos do que o gerente da atividade, que é ilegal. Foram todos indiciados. Sabem o que aconteceu com eles? Nada! Continuam a desfilar em seus carrões, sustentados pelo tráfico de diamantes.
Precedente Paulinho Paiakan
O mesmo se deu com Paulinho Paiakan, um índio caiapó completamente aculturado, dono de carros e avião, militante ecológico — um queridinho, em suma, das ONGs —, condenado a seis anos de prisão, em última instância, por ter estuprado e torturado a estudante Silvia Letícia da Luz Ferreira, de 18 anos, em companhia da sua própria mulher, a índia Irekran. Sabem o que fizeram os militantes ecológicos daqui e do resto do mundo, inclusive aqueles vindos para o Brasil para a Eco 92? Defenderam o estuprador. Afinal, ele havia sido ganhador do Prêmio Global 500, da ONU — o mesmo que Carlos Minc receberia mais tarde.
Pois bem, o tal Paulinho, o Paiakan, refugiou-se na mata, junto à sua tribo, e ninguém foi lá buscá-lo. A história completa do estuprador está contada numa reportagem da VEJA de 10 de junho de 1992 (link aberto aqui). O valente mereceu a capa da revista, com o título “O selvagem”. Ali no link, há também a imagem. Até hoje, acreditem, ela rende alguns protestos, inclusive de ecologistas do sexo feminino. Na Internet, vocês encontram um monte deles.
Ora, se um índio, mesmo piloto de um “pássaro de ferro” (se eu soubesse, gente, escreveria isso em língua caiapó), pode estuprar, por que não pode também matar? O tal Paulinho costumava andar quase de casaca até cometer o crime. Quando se enrolou com a Justiça, vestiu a fantasia de índio, pintou o rosto de vermelho e virou de novo um homem da floresta.
Paulinho Paiakan não ficou um miserável dia na cadeia. Os assassinos dos garimpeiros não ficaram um miserável dia na cadeia. E não ficarão um miserável dia na cadeia os que feriram o engenheiro a facão. Mais: a Funai paga os advogados de todos eles. Mentira. Vocês pagam. Nós pagamos. Eles são índios. Nós somos apenas os culpados de sempre.