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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

O “FIM DO NEOLIBERALISMO” E A HORA DOS PICARETAS

Escrevi ontem sobre a tal fim do neoliberalismo, que teria sido decretado com a intervenção do governo dos Estados Unidos em dois fundos imobiliários. A quantidade de besteira que se disse nesta segunda poderia ter sido avaliada em quilos. É uma coisa espantosa. E a tarefa foi facilitada porque há em Brasília o seminário “Desenvolvimento […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h01 - Publicado em 9 set 2008, 06h11
Escrevi ontem sobre a tal fim do neoliberalismo, que teria sido decretado com a intervenção do governo dos Estados Unidos em dois fundos imobiliários. A quantidade de besteira que se disse nesta segunda poderia ter sido avaliada em quilos. É uma coisa espantosa. E a tarefa foi facilitada porque há em Brasília o seminário “Desenvolvimento Econômico: crescimento e distribuição de renda”. Assim, a chance que os jornalistas tinham de sujar os sapatos em bobagens era enorme.

Vejam esta da economista Maria da Conceição Tavares, presente ao evento: “Enterraram o neoliberalismo de maneira trágica. O nosso Proer foi mais baratinho. E o nosso sistema bancário não está comprometido (com a crise), o que é uma boa”. Se você não entendeu, leitor, ela esta sendo irônica com o programa de reestruturação de bancos havido no Brasil no governo FHC. Ela e todo o PT se opuseram às medidas. Acusavam-nas de ser leite de pata pra banqueiros. Ela também foi contra o Plano Real — que conduziria o país à bancarrota, jurava com todos os gritos.

Uma nota: quando FHC chegou à Presidência, seus netos eram herdeiros do Banco Nacional. Quando ele saiu, seus descendentes eram uns sem-banco. O Nacional quebrou. Como quebrou o Bamerindus, que pertencia a um de seus ministros. E outras tantas instituições dançaram antes e depois da eestruturação — feita, isto sim, para proteger os correntistas e evitar o caos financeiro no país. Como se vê, FHC foi mais severo com a própria descendência e com seus aliados do que Lula com o seu “Ronaldinho” e a sua turma. Adiante.

Só Maria da Conceição destrambelhou? Ah, não!

Com a elegância teórica habitual, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) disse às gargalhadas, informa O Globo: “Um dia negro para nós, neoliberais do planeta”. Do que será que ele estava rindo? Também para o tucano Luiz Carlos Bresser-Pereira, a intervenção nos dois fundos imobiliários decreta “o fim do neoliberalismo”. Dilma foi na mesma linha, conforme se lê no post abaixo.

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Fico aqui pensado: “O que será que essa gente chama de neoliberalismo?” O que se notava ontem em figuras tão ilustres era uma espécie de incontida satisfação: “Tá vendo? Tá vendo? Neoliberalismo não funciona”. E a grande tentação, em muitos casos, era dizer que o próprio capitalismo não é lá essas coisas. A questão é de história e de lógica. Se o ordenamento jurídico permite essa intervenção, então esse tal “neoliberalismo” como sistema nunca chegou a existir.

Alguns dos ilustres que saudaram ontem “o fim do neoliberalismo” opuseram-se ao Real, ao Proer, às privatizações, à Lei de Responsabilidade Fiscal, à privatização dos bancos estaduais, à quebra dos monopólios porque, bem…, chamavam essas medidas de “neoliberais”. Se o país pode, hoje, enfrentar a crise internacional com razoável estabilidade é porque os então chamados “neoliberais” venceram o debate naquele período.

Não? Estou errado? ENTÃO ME DIGAM UMA SÓ MEDIDA ESTRUTURAL – OU ESTRUTURANTE, COMO ELES GOSTAM DE DIZER – que seja da lavra de Lula. Digam-me uma só coisa que ele tenha feito de fundamental que não tenha sido aprofundar ações que herdou dos “neoliberais”.

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A picaretagem intelectual dessa gente é assombrosa.

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