O “amoralista”
“Quando a gente é oposição, está tudo na ponta da língua. Mas, quando a gente é governo, tem que fazer as coisas. E, ao tentar fazer as coisas, encontra uma série de obstáculos.” Lula é um “amoralista”. A fala acima é indecente em sua parvoíce; brutal em sua simplicidade; autoritária em sua desfaçatez. Com ela, […]
A declaração foi feita durante visita a obra num hospital em Guarulhos (Grande São Paulo), um convênio entre a Prefeitura e a União. Foi adiante: “O Brasil já fez todos os sacrifícios que tinha que fazer. O povo brasileiro precisa colher agora um pouco de benefício. O povo brasileiro já pagou todos os pecados que cometeu.” Entendo. Abaixo, chamei de “delírio” o plano da Fiesp e do Iedi para o Brasil crescer 5%. Vejam lá. As duas entidades fizeram uma proposta para um governo que não existe. O “povo brasileiro” do discurso de Lula se resume ao PT e à máquina pública. Não acredito, como sabem, no corte de gastos como “emplastro anti-hipocondríaco” (para lembrar Machado de Assis) do crescimento. Mas é claro que é preciso cortar. Lula não vai fazê-lo.
Agora e no próximo mandato, vai fazer o que sabe: atuar como animador de auditório, deixando por um onde passa um rastro de tautologias de amoralismo explícito.