Novo partido 3 – A pasmaceira pós-eleitoral
Os dias que se seguiram à reeleição de Lula demonstram, entendo, a necessidade de um novo partido ou de um PSDB com uma nova pegada. Por que digo isso? Tasso Jereissati, presidente do partido, desapareceu. Geraldo Alckmin fez um discurso quase monástico e foi para seu refúgio em Pindamonhangaba. Consta que foi ler o Sermão […]
Voltando: Aécio Neves limitou-se a dizer umas tantas palavras acacianas sobre o bem do Brasil. Restou a quem fazer o discurso da oposição? Serra. E ele fez o que lhe cabia: defendeu um entendimento com o governo federal sobre questões que digam respeito aos interesses do Estado e do Brasil (e poderia dizer outra coisa?) e atacou a política econômica. Com a qual nunca concordou – aliás, isso data do governo FHC, é bom que se diga.
Ocorre que aquilo que disse está longe de ser consensual no tucanato – Tasso, por exemplo, não concorda; basta indagarmos o que pensa seu guru econômico, Samuel Pessoa. Aécio não chega a ter exatamente uma plataforma econômica. Suas fichas estão no desgaste lento e gradual de Lula no segundo mandato e em fazer uma gestão que seja considerada exemplar em Minas, na certeza de que Lula não tem sucessor. É uma aposta evidentemente arriscada. No meio político, dá-se como certo, verdade ou mentira, que, tudo o mais constante, acabaria liderando uma espécie de dissidência que poderia congregar, no futuro, de Ciro Gomes (Tasso junto?) a setores do PMDB. Com que plataforma? A principal seria: Aécio presidente. O resto se vê depois.
É nesse contexto que se dá o debate sobre a criação de um novo partido.