No auge da derrocada
A pobre figura, vocês sabem, desintegra-se de modo deprimente em sua cega obstinação. Tenta ainda lançar teses sobre o Brasil, o mundo, as esferas celestiais. Desesperado, põe a sua pobre gramática a serviço daquela indignação a favor que só os mascates de bugigangas ideológicas têm. Cego, atropela língua e sentido, separando, com espantosa freqüência, o […]
Fico indeciso. Não sei se seu servilismo é maior do que a sua burrice, de modo a extremá-la, ou se é a burrice que leva ao paroxismo o seu servilismo — de todo modo, bem-remunerado. Em sua loucura minoritária, com a qual alguns incautos resolveram dançar o minueto, já não distingue os que foram seus pares daqueles que considera os suspeitos de sempre, tentando repisar escaramuças cujas potencialidades já estão também esgotadas, enxergando conspirações na própria sombra. Infeliz! A única coisa que conspira contra as suas pretensões é mesmo sua acintosa mediocridade, sua ignorância sempre tão oferecida, propositiva e subserviente.
Não é preciso que se lhe deforme a figura para que a sua fealdade possa ser anunciada. Basta a narrativa de seus sucessos a mais fria, a mais objetiva (de preferência recheada de números também inquestionáveis), para que o mostrengo moral se revele. E o que circula é apenas parte, incrivelmente a mais decente!!!, do que, em sua biografia superafaturada (ops!), sempre foi um método: oportunismo, achaque, chantagem, indústria da mentira. Até o dia em que se encontrou com o chamado pé no traseiro.
O cretino tenta me indispor com seus novos inimigos, o que deve ser, suponho, um pedido desesperado de socorro. Pode levar suas bugigangas pra lá. Ainda que uns e outros, um tanto ingenuamente, cedam à tentação, não encontrarão correspondência do lado de cá. Não vou comprar a provocação. Talvez pudesse lhe dar um conselho: “Peça pra sair, valentão”. Mas não aconselho, não. Conheço este tipo de temperamento. Quando os deuses querem destruir alguém, começam por lhe tirar o juízo. E ele vai até o fim em sua alucinada derrocada.
Dado seu minifúndio intelectual, suficiente, quando muito, para uma colheita de subsistência, tinha chegado longe demais. Mas a ambição, esta pantera!, fez com que não enxergasse os limites. Sem conseguir cuidar da própria cozinha, tentou governar o mundo inteiro, para lembrar Gregório de Matos, um inimigo dos mascates. No auge da decadência, só lhe resta o papel de estafeta dos que lhe pagam as contas. O chato é que o fazem, como sempre, com o nosso dinheiro.
E já ninguém assiste ao formidável enterro de sua última quimera.