Mônica Bergamo responde
Publiquei, às 20h38 de sábado, uma nota intitulada “Assim não, Mônica Bergamo”, em que contestava uma reportagem da colunista da Folha dando conta de que alguns tucanos estariam insatisfeitos com a passagem de Geraldo Alckmin para o segundo turno. O texto também tratava de um “acordo informal” entre petistas e tucanos que passaria pela reeleição […]
“Caro Reinaldo,Fico muito grata pela citação de minha reportagem em seu blog. Gostaria de fazer apenas algumas observações: achei bastante curiosa sua interpretação para o que relatei em reportagem publicada na Folha de domingo e respeito suas opiniões e seu desejo de que tudo o que está escrito na matéria seja apenas uma grande fantasia, nada mais. Gostaria de esclarecer, no entanto, que se trata de uma reportagem, baseada em conversas que tive pessoalmente com dezenas de fontes, e não uma interpretação livre de leitura de jornal. Sou repórter e relato os fatos. Não sou analista, articulista, editorialista. Por força da natureza de minha função de colunista da Folha, vou a dezenas de eventos todos os meses, onde tenho a felicidade de encontrar fontes das mais variadas e bem informadas. Faço dezenas e até centenas de entrevistas com políticos, empresários, banqueiros, artistas, etc. Foram elas que me permitiram acumular uma série de informações sobre o momento eleitoral que vivemos. Só nos meses de agosto e setembro, por exemplo, estive pessoalmente, em entrevistas ou em eventos sociais públicos, com as seguintes pessoas citadas na reportagem: Lula, Aécio Neves, José Serra, Márcio Thomaz Bastos e Fernando Henrique Cardoso. Conversei também com empresários e banqueiros que me relataram suas conversas e encontros com Palocci, fonte de informações tão preciosas que chega a cobrar R$ 15 mil para conversas reservadas, sem jornalistas por perto, como a que relatei em minha reportagem. E estive no jantar em que o parlamentar do PT falou o que eu publiquei na matéria. Estive também pessoalmente, em eventos públicos e em encontros reservados em São Paulo, ou em entrevistas, com líderes do PFL como Gilberto Kassab, Cláudio Lembo, Marco Maciel, Mendonça Filho. Fiz entrevistas, por telefone ou por e-mail, com outros tantos líderes do partido (ACM, Rodrigo Maia, Jorge Bornhausen, Cesar Maia), com políticos do PSDB e com amigos íntimos de Serra e de FHC. É claro que nem todas as pessoas citadas me falaram a respeito desse acordo informal que relatei (e que talvez pudesse ser melhor definido como uma convergência de interesses). Nem mesmo o confirmaram. Mas posso assegurar que, em muitas destas conversas, fui informada de que o acordo informal existia. E, acredite, (ainda que o desagrade!), ele existia. Até agora, nem uma vírgula da reportagem foi desmentida por qualquer um dos personagens nela citados. Grata pela atenção e pela oportunidade de esclarecer a natureza de meu trabalho, com um forte abraço,Mônica”