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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Metrô: o Jornal Nacional cede à patrulha

O Jornal Nacional cede à patrulha — quem sabe também de parte de sua redação — e leva ao ar uma soma formidável de equívocos sobre o acidente do Metrô, em São Paulo. Um relatório da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) foi a base de uma reportagem de José Roberto Burnier dando conta […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h44 - Publicado em 29 jan 2007, 20h59
O Jornal Nacional cede à patrulha — quem sabe também de parte de sua redação — e leva ao ar uma soma formidável de equívocos sobre o acidente do Metrô, em São Paulo. Um relatório da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) foi a base de uma reportagem de José Roberto Burnier dando conta das supostas razões do acidente. Basicamente, acusa o Consórcio de ter dado continuidade às explosões subterrâneas na obra, embora já houvesse indícios de problemas. Mais: comete o que me parece uma prova de péssimo jornalismo — não, não é a regra do Jornal Nacional — ao pôr o testemunho de um trabalhador, que não se identifica, dizendo que recebeu ordem (não diz de quem) para maquiar uma rachadura. Vejam só: os empreiteiros são tão cúpidos, que mandam maquiar rachaduras só para esconder riscos, ainda que tudo possa vir abaixo. Mesmo que isso seja verdade, convenha-se: seria preciso ter um fiscal colado a cada operário, não é mesmo?
Qual é o ponto? O IPT e os outros órgãos envolvidos na investigação precisam de ao menos dois meses para apontar as causas do acidente. Não a CIPA. Esta resolve tudo em 14 dias — creio que o relatório foi concluído na sexta-feira. Em seguida, aparece um senhor para falar (não me lembro o nome agora; vejo depois), identificado como “geólogo”. Ele já tem explicação: a modalidade de contrato, segundo ele, com preço fechado, faz com as empreiteiras busquem economizar o máximo possível. É uma declaração irresponsável. Como irresponsável é veiculá-la. Porque parte do princípio — e aí está a loucura — de que o objetivo principal das empreiteiras não é fazer a estação, mas trapacear.
Qualquer contrato prevê um preço. Numa outra modalidade, é verdade, ele pode sofrer adições, correções, o que sempre é matéria para especulações. A CIPA não tem autoridade técnica para apresentar um laudo. Uma coisa é noticiar o seu relatório. Outra é lhe conferir o estatuto de uma verdadeira auditoria, o que ela não é, com um bando de abelhudos, que nunca sujaram o pé naquele cimento, falando o que lhes dá na telha. Segundo este senhor que se pronunciou, vejam só, obras feitas pelo modelo “turn key” são mais sujeitas a desabamentos.
Mas eu entendo: o JN, provavelmente, está se sentindo patrulhado a entrar no pega-pra-capar. Daqui a pouco, aparecerá um e-mail de um repórter a algum coleguinha, vazado para a Carta Capital, dando conta de que está havendo “censura”. É assim que age a patrulha de esquerda dentro das redações. O jornalismo é quase sempre seu refém. Vai ver quem deu a ordem para aquele operário anônimo maquiar a rachadura foi aquele senhor que aparece numa matéria da Folha, acusado de manter relações escusas (veja abaixo) com uma das empreiteiras do consórcio.
Eu estou convencido: o consórcio Linha Amarela tudo fez para aquele troço vir abaixo. A eficiência das empreiteiras se mede pelo número de pessoas que elas soterram. Vocês sabem: o capitalismo é frio, cruel e desumano.
Boa parte das pessoas no Brasil tem saudade de andar de jegue.
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