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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Mensalão – Eduardo Campos, o político que é de direita, de centro e de esquerda, e o caso raro da mãe parida pelo filho

Augusto Nunes, em seu blog aqui na VEJA Online, foi ao ponto, como de hábito, ao tratar do comportamento de Ana Arraes no TCU. Como se sabe, a ministra considerou – ancorada de forma duvidosa numa lei imoral – legal uma prática que já havia sido considerada ilegal pelo próprio tribunal. Explico de novo. Agências de publicidade […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 08h19 - Publicado em 24 jul 2012, 07h19

Augusto Nunes, em seu blog aqui na VEJA Online, foi ao ponto, como de hábito, ao tratar do comportamento de Ana Arraes no TCU. Como se sabe, a ministra considerou – ancorada de forma duvidosa numa lei imoral – legal uma prática que já havia sido considerada ilegal pelo próprio tribunal. Explico de novo. Agências de publicidade que trabalhavam para as estatais estavam obrigadas a devolver às empresas as chamadas “bonificações por volume”. O que é isso? Os descontos concedidos pelos veículos de comunicação tinham de ser repassados aos anunciantes. Marcos Valério detinha a conta do Banco do Brasil. E não repassou um tostão. Ora, esse mesmo Valério vem a ser ninguém menos do que o operador do mensalão. Com a sua decisão, a ministra Ana Arraes, vamos dizer assim, colabora para diminuir as evidências de que a grana do mensalão era, na verdade, dinheiro público.

Muito bem! Ana Arraes não existe! Ana Arraes é um caso notável de mãe parida pelo filho… Mais complicado do que Hesíodo narrando a Teogonia. Quem existe é Campos. Agora reproduzo trecho do post de Augusto. Volto depois:

(…)
[a reação da oposição] foi pífia!. Os jornais noticiaram preguiçosamente a jogada que transformou o TCU em avalista da inocência do gatuno Marcos Valério. E não associaram o relatório de Ana Arraes, que deixou o gerente-geral da quadrilha menos intranquilo, à informação divulgada por VEJA neste fim de semana: a mais perigosa caixa-preta do país vinha ameaçando revelar detalhes de encontros que teria mantido com Lula antes da descoberta do mensalão.

Se a imprensa cochila, a oposição oficial dorme profundamente o sono dos otários que se acham malandros. Caso acordem, os líderes do PSDB, do PPS e do DEM poderão ser instados a comentar o que fez a mãe de Eduardo Campos. E não convém melindrar o dono de um partido que, se já não é sócio, pode vir a sê-lo. O prefeito Gilberto Kassab, como se sabe, inventou um partido que não é de esquerda, nem de centro e nem de direita. Eduardo Campos foi mais esperto que o fundador do PSD: conforme as circunstâncias, o PSB é de esquerda, de direita ou de centro.

Isso permite a Eduardo Campos estar com o PT em São Paulo, com o PSDB em Belo Horizonte e contra os dois no Recife. Tratado como inimputável pelo governo e pela oposição, o governador de Pernambuco não ouviu sequer uma interjeição de espanto ao mostrar-se capaz de uma ousadia que jamais passou pela cabeça dos coronéis da velha guarda. Para levar vantagem nos acertos que faz, o moderno coronel nordestino põe até a mãe no meio.

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Voltei

Há gente observando que a decisão pode ter sido imoral, mas foi legal, já que uma lei proposta por José Eduardo Cardozo – sim, o atual ministro da Justiça e um dos ex-Três Porquinhos de Dilma – legalizou a apropriação daquele dinheiro, para contratos passados e vindouros. Sim, essa lei indecente existe mesmo.

Ocorre que a devolução do dinheiro da bonificação ESTAVA PREVISTA EM CONTRATO. O que Eduardo Campos fez … ooops! O que Ana Arraes fez, com o endosso do tribunal, foi permitir que os contratos fossem rasgados. Atenção! A lambança vale para todas as agências e todas as estatais. Estima-se em R$$ 106 milhões a rapina.

Eis Eduardo Campos, um “homem novo”, um “nome novo” da política… O escândalo dos precatórios que o diga, não é mesmo? Ele está anunciando o que nos espera caso venha a ser, como pretende, presidente da República um dia. 

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