MBL articula com oposição agenda por impeachment. E faz muito bem!
Quem acha que política é coisa de gente suja e avalia que todo mundo é igual está a dizer que ele próprio é “o diferente”. Cuidado com esses tipos!
Defendi aqui, no programa “Os Pingos nos Is” e em todo lugar, com muita veemência, que os movimentos da sociedade civil em favor do impeachment e os políticos favoráveis ao impedimento atuem juntos. Há divergências entre eles? Espero que sim.
Mas as pessoas se unem para objetivos específicos em nome da convergência. Depois, que cada um cuide da sua vida. É assim que as coisas funcionam na democracia.
Não se faz impeachment sem os políticos. É preciso ter 342 votos na Câmara e 54 no Senado. Quem acha que política é coisa de gente suja e avalia que todo mundo é igual está a dizer que ele próprio é “o diferente”. Cuidado com esses tipos! Isso é coisa de Marina Silva. Não adere à agenda do impeachment, mas se apresenta para ser a beneficiária da derrocada de Dilma e do PT.
Lugar de político que quer o bem do Brasil é no carro de som dos movimentos que querem o impeachment. Depois, que cada um cuide dos seus assuntos, ora essa!
Leiam o que informa Paula Reverbel, na Folha:
O MBL (Movimento Brasil Livre) ajudou a articular um Comitê do Impeachment que une movimentos de rua que querem a saída da presidente Dilma Rousseff a deputados da oposição para que os parlamentares ficassem em sintonia com as ruas.
O intuito é fazer com que haja sempre uma resposta política após as manifestações. Organizadores de atos contrários ao governo esperam o seu maior público nas manifestações marcadas para este domingo.
Renan Santos, membro do MBL que frequenta o comitê, viaja a Brasília toda semana. O Vem Pra Rua, outro grupo organizador dos protestos anti-Dilma, também tem um representante nos encontros.
Os trabalhos são coordenados pelos deputados Mendonça Filho (DEM-PE), Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Darcisio Perondi (PMDB-RS). Três líderes de partido – Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Rubens Bueno (PPS-PR) e Pauderney Avelino (DEM-AM) – fazem parte do grupo, que conta ainda com Raul Jungmann (PPS-PE), Bruno Araújo (PSDB-PE), Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), Carlos Marun (PMDB-MS) e Cristiane Brasil (PTB-RJ).
Os encontros chegam a acontecer três vezes por semana desde a primeira quinzena de fevereiro.
A aproximação, no entanto, se iniciou no final do ano passado, quando os movimentos sociais fizeram diversas ações em Brasília e chegaram a ficar acampados em frente ao Congresso.
“Há a consciência de que, ou os políticos sérios –que querem o impeachment– se engajam e se articulam com os movimentos de rua, ou não tem impeachment”, disse Mendonça Filho à Folha nesta quinta.
Ele e Carlos Sampaio estiveram em São Paulo para reunião com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, e grupos pró-impeachment para discutir a segurança do ato.