Maria Victoria e Comparato usam lei da ditadura para contestar a ditabranda
Na Folha:Por meio de seus advogados, os professores Fábio Comparato e Maria Victoria Benevides requerem a publicação das considerações abaixo a título de “direito de resposta” a declarações do diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, publicadas em 8 de março:“Levar mais de duas semanas para reconhecer um desatino editorial (a classificação do regime […]
Por meio de seus advogados, os professores Fábio Comparato e Maria Victoria Benevides requerem a publicação das considerações abaixo a título de “direito de resposta” a declarações do diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, publicadas em 8 de março:
“Levar mais de duas semanas para reconhecer um desatino editorial (a classificação do regime militar brasileiro como “ditabranda’), imputando a responsabilidade pelo episódio ao teor de nossas críticas, não parece um comportamento compatível com a ética do jornalismo. Sempre sustentamos, sem precisar receber lições de ninguém, que as vítimas de regimes arbitrários, aqui e alhures, merecem igual proteção e respeito, sem desvios ideológicos ou idiossincrasias pessoais.”
Nota da Redação: O tratamento dado pela Folha ao uso da palavra “ditabranda” em editorial de 17 de fevereiro, com a publicação de diversas críticas e o reconhecimento da impropriedade do termo, é um exemplo de transparência editorial. Imaginava-se encerrado o episódio, mas os professores Comparato e Benevides estão empenhados em extrair dele o máximo rendimento possível. As opiniões de ambos sempre foram transmitidas pelo jornal, por meio de numerosos artigos, sem a necessidade de advogados. A “resposta” acima é publicada com base na Lei 5.250/67, editada pela ditadura militar, a fim de que vítimas de regimes cautelosamente chamados de “arbitrários” e vagamente situados “alhures” também se sintam destinatários dessa solidariedade envergonhada.
Comento
O diretor de redação da Folha, Otavio Frias Filho, já havia admitido a impropriedade do termo “ditabranda”. Mas, vocês se lembram, Fabio Konder Comparato queria mais. Sugeriu que ele se ajoelhasse em praça pública, a exemplo do que se fazia na China da Revolução Cultural.
Não podendo dispor dos instrumentos da ditadura chinesa, Comparato e Maria Victoria recorreram aos da ditadura brasileira mesmo. Notem que a tirania cubana — presente no debate que culmina com mais este texto lamentável escrito a quatro mãos — torna-se um ligeiro “regime arbitrário alhures”.
É asqueroso!