
Li uma reportagem de Eliane Cantanhêde na
Folha desta sexta e fiquei preocupadíssimo. A culpa não é dela, claro, que cumpriu sua obrigação, mas de quem falou demais. Jornal que Reinaldo lê o PCC também lê. Acompanhem comigo um trecho, seguido de link, e depois volto:
“As Forças Armadas se sentem ‘usadas’ na crise política entre o PT e o PSDB e são contrárias ao emprego de tropas contra o PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo, aventado pelo governo federal e rejeitado pelo estadual. Mas os militares admitem essa possibilidade numa hipótese: haver um atentado contra autoridades federais ou militares. Nesse caso, segundo a Folha apurou, o governo federal considera que há brechas na Constituição que permitem o envio de tropas do Exército mesmo sem pedido formal do governo paulista e sem a necessidade de que uma intervenção seja decretada em São Paulo. A base seria uma decisão tomada pelo então ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim, quando da invasão da fazenda da família do presidente Fernando Henrique Cardoso pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em 2001. Naquela época, Jobim considerou a ‘intenção de invasão ilegítima e política’ e determinou que a decisão de envio de tropas para proteger a fazenda, que se chama Córrego da Ponte e fica na sede do município de Buritis, em Minas Gerais, ‘independia de manifestações das autoridades estaduais’.
Clique aqui para ler mais. Preciso explicar por que estou preocupado? Vocês viram, né? Não depende de Cláudio Lembo, Márcio Thomaz Bastos ou Lula a intervenção do Exército. A decisão está com o PCC. Marcola disse aos deputados da CPI que lê Nietzsche e Santo Agostinho. Os que o combatem, sem prejuízo de ignorar os dois, também nunca leram Maquiavel. E quem terá sido a anta de uniforme que entregou o “limite” da não-intervenção para Cantanhêde?