Mais Varig 3 – Velha empresa pagou menos de 1% das dívidas
Por Janaina Lage e Maeli Prado, na Folha:Quase três anos após o pedido de entrada em recuperação judicial, a velha Varig pagou menos de 1% das suas dívidas. Os últimos dados oficiais da companhia estimam o total do passivo em aproximadamente R$ 7 bilhões. Ninguém sabe hoje o tamanho exato das dívidas porque, além da […]
Quase três anos após o pedido de entrada em recuperação judicial, a velha Varig pagou menos de 1% das suas dívidas. Os últimos dados oficiais da companhia estimam o total do passivo em aproximadamente R$ 7 bilhões. Ninguém sabe hoje o tamanho exato das dívidas porque, além da correção monetária, existem discussões na Justiça sobre valores incluídos no plano de recuperação da companhia.
Em entrevista à Folha na última quinta-feira, o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação da Varig, afirmou que já foram pagos cerca de R$ 30 milhões referentes ao pagamento de debêntures (títulos de dívida). O valor foi destinado majoritariamente ao Aerus, fundo de pensão dos funcionários da companhia, e também a alguns credores com garantias. Além do fundo de pensão, alguns dos principais credores da empresa são a BR Distribuidora, o Banco do Brasil e a Infraero.
Representantes de empresas de leasing de aviões ouvidos pela reportagem, que preferiram não se identificar, afirmaram que somente “parcelas mínimas” da dívida da Varig foram pagas a arrendadores.
Segundo a juíza Marcia Cunha, que também acompanha o caso, está previsto o pagamento de 25% das dívidas trabalhistas reconhecidas no plano em breve. Há um recurso do Ministério Público estadual em relação ao critério de rateio dos recursos.
O valor dos créditos trabalhistas ainda é alvo de discussões. “Será difícil saber o tamanho das dívidas da Varig. Muitos trabalhadores não aderiram ao plano, cobraram direitos na Justiça do Trabalho e buscaram a sucessão de dívida trabalhista. A Justiça do Trabalho vem reconhecendo a sucessão seguidamente, mas falta a decisão de tribunais superiores. Se no final for reconhecida a sucessão, a nova Varig e a Gol terão de assumir”, disse o advogado Álvaro Quintão.