Relâmpago: Revista em casa por 8,30/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Mais Dilma na ONU: A mulher que falava em nome da democracia fez uma defesa enfática de uma tirania e adulou protoditaduras

A presidente Dilma Rousseff fez ontem na ONU o pior discurso dos dez anos de poder petista sob qualquer aspecto que se queira. Já escrevi dois posts a respeito. E faço este outro — e ainda não entrarei no mérito das questões domésticas, sob as quais não faltaram palavras impressionantemente insensatas e em desacordo com […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 07h47 - Publicado em 26 set 2012, 06h49

A presidente Dilma Rousseff fez ontem na ONU o pior discurso dos dez anos de poder petista sob qualquer aspecto que se queira. Já escrevi dois posts a respeito. E faço este outro — e ainda não entrarei no mérito das questões domésticas, sob as quais não faltaram palavras impressionantemente insensatas e em desacordo com os fatos. Volto-me neste post ainda à política externa.

Sabem por que a presidente de um país como o Brasil pode dizer aquelas sandices — como, na prática, acusar Israel de ser o responsável pelos problemas no Oriente Médio? Porque isso, na ordem das coisas, não cheira nem fede. Porque isso, no concerto (é com “c” mesmo!) do mundo é irrelevante. Aliás, Mahmoud Ahmadinejad nos ensina que, quanto menor a influência de um país — não confundir “influência” com “risco” —, mais inflamada e irresponsável é a sua retórica. Se o Brasil realmente apitasse alguma coisa, o establishment obrigaria Dilma a ter outra fala. Como não apita nada, então “deixa que digam, que pensem, que falem”, como cantava Jair Rodrigues há quase 50 anos.

Dilma falou indiretamente contra qualquer punição ao Irã? Falou! E quem se importa? Dilma se opôs a uma intervenção militar na Síria? Sim! E quem se importa? Querem ver? Peguemos o exemplo de François Hollande, o socialista que venceu a eleição presidencial na França. Seu trato com os iranianos, a despeito daquele charminho da esquerda francesa, é tão ou mais duro do que o de Nicolas Sarkozy — até porque a direita francesa sempre foi mais antiamericana do que a esquerda… Ainda que Hollande quisesse praticar antiamericanismo tosco, suas responsabilidades com a segurança mundial não deixam. Dilma só precisa, ai, ai, dialogar com Antonio Patriota e Marco Aurélio Garcia…

Aliás, consta que o Itamaraty comemorou o fato de que, desta vez, a presidente não mexeu em nada do que recebeu. Vale dizer: aquele discurso infeliz foi parido nas entranhas do Ministério das Relações Exteriores. É sabido que a diplomacia é coisa séria demais para ser deixada nas mãos de diplomatas e… do Marco Aurélio Garcia.

Cuba e a América Latina
Ao se referir à América Latina e Cuba, as sandices saíram aos borbotões. Leiam o que vai em vermelho:
Avançamos muito na integração do espaço latino-americano e caribenho como prioridade para nossa inserção internacional. Nossa região é um bom exemplo para o mundo. O Estado de Direito que conquistamos com a superação dos regimes autoritários que marcaram o nosso continente está sendo preservado e está sendo fortalecido.

Continua após a publicidade

Para nós, a democracia não é um patrimônio imune a assaltos, temos sido firmes, – Mercosul e Unasul – quando necessário, para evitar retrocessos porque consideramos integração e democracia princípios inseparáveis.

Reafirmo também o nosso compromisso de manter a região livre de armas de destruição em massa. E nesse ponto, quero lembrar a existência de imensos arsenais que, além de ameaçar toda a humanidade, agravam tensões e prejudicam os esforços de paz.

O mundo pede, em lugar de armas, alimentos, para o bilhão de homens, mulheres e crianças que padecem do mais cruel castigo que se abate sobre a humanidade: a fome.

Continua após a publicidade

Por fim, senhor Presidente, quero referir-me a um país-irmão, querido de todos os latino-americanos e caribenhos: Cuba. Cuba tem avançado na atualização de seu modelo econômico. E para seguir em frente nesse caminho, precisa do apoio de parceiros próximos e distantes.

Precisa do apoio de todos. A cooperação para o progresso de Cuba é, no entanto, prejudicada pelo embargo econômico que há décadas golpeia sua população. É mais do que chegada a hora de pôr fim a esse anacronismo, condenado pela imensa maioria dos países das Nações Unidas.

Voltei
Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela vivem um franco processo de “ditadurização”, se me permitem o neologismo. Falar em plena vigência da democracia nesses países é um acinte à inteligência. Nas duas intervenções que o Brasil fez nos últimos tempos na América Latina, tentou, ao contrário, reforçar posições de caráter golpista. Refiro-me a Honduras e Paraguai. No primeiro caso, houve clara ingerência brasileira nos assuntos internos daquele país. Já os paraguaios foram vítimas de uma trapaça no Mercosul, estrelada por Dilma e Cristina Kirchner.

Continua após a publicidade

Como pode a presidente brasileira ter punido o Paraguai, acusando um golpe que não aconteceu, e defender, como fez na ONU, o regime cubano, que estaria “atualizando o seu modelo econômico”, seja lá o que isso signifique. A propósito: aquilo constitui “um modelo”? A Dilma que diz estar mobilizada contra os “assaltos à democracia” é a mesma que intercede em favor da tirania cubana — que ainda mantém presos de consciência. E eis que surge a cascata do embargo econômico, que, como é sabido, é absolutamente irrelevante para a economia do país. A ilha não funciona é por causa do “modelo”.

Finalmente, noto que a Venezuela está em contato permanente com o Irã. Os aiatolás mantêm muitas dezenas de “observadores militares” em solo venezuelano. O Beiçola de Caracas também têm recorrido à Rússia para comprar armas. Isso tudo num país cuja cúpula militar, comprovadamente, está infiltrada pelo narcotráfico.

Reitero: Lula nunca fez um discurso tão ruim quanto esse nas Nações Unidas. É constrangedor!

Texto publicado originalmente às 4h37
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 32,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.