Lula na GloboNews ou esqueçam o que eu disse
Também o Jornal das 10, da GloboNews, entrevistou Lula, desta feita com tempo de 15 minutos. Compunham a bancada os jornalistas André Trigueiro, Carlos Monforte e Mônica Waldvogel. Para assistir, clique aqui. Não houve qualquer forma de facilitação, mas eles cometeram o erro de ser um pouco menos exatos nas perguntas. E aí Lula desanda […]
– a ética no seu governo “é total e absoluta”;
– algumas pessoas no PT erraram, mas não o PT;
– quando o PT errou, ele se sentiu como Pelé quando soube que seu filho estava envolvido com drogas;
– “quando você é oposição, pode tudo; quando é governo, tem de usar medida provisória”;
– negou que a conjuntura externa seja responsável pelo desempenho razoável da economia;
– disse que sua política econômica é absolutamente diferente da de FHC;
E voltou a fazer confusão com o número de empregos criados, afirmando que são 103 mil por mês no seu governo contra 8 mil no de FHC. Conversa. Ele usa números do Caged, que não servem como indicador de emprego e desemprgo. Ademais, houve uma mudança de metodologia que infla os índices atuais. Hora de o jornalismo se inteirar sobre essa questão para contraditá-lo e impedi-lo de “faltar com a verdade”.
O seu patético momento veio quando Mônica fez uma pergunta na qual ele até poderia pegar carona. Lembrou que ele houvera afirmado haver 300 picaretas no Congresso. Com o escândalo que está aí, diria o mesmo? E aí veio um Lula em estado puro, curtido em 25 anos nos barris de carvalho do PT: “Você não pode querer que um presidente fale a mesma coisa que ele falou há 13 anos em Ron-dô-nia. Eu estava em Ron-dô-nia”. A ênfase parecia implicar que o que se fala em Rondônia não conta. É fato que o Estado vive um mau momento. Mas ainda é Brasil — e como! Com efeito, 13 anos é muito tempo para cobrar uma palavra de Lula. Pensando bem, eu não lhe concedo um miserável minuto de coerência.