Lula já arrancou da sociedade mais do que uma CPMF

E que se note sobre a fala de Lula (abaixo): ele aderiu ao terrorismo inicial feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Falta agora ao presidente dizer que, para enfrentar os gastos com o sistema de Saúde, vai cortar a verba destinada aos estados. Sobre o recorde de arrecadação de impostos, que está hoje nos jornais, não se diz uma maldita vírgula. É como se não existisse. De janeiro a outubro, a arrecadação teve crescimento de 10% em valores reais, já descontada a inflação, na comparação com igual período do ano passado. Isso para um crescimento da economia pouco superior a 4%.

Certo, certo, há o crescimento da economia e a eficiência arrecadatória. Mas que isso, então, reverta em benefício para a sociedade. Por enquanto, ganha o caixa do governo. Vejam que coisa: descontado o IPCA, entre janeiro e outubro do ano passado, o governo havia arrecadado R$ 425,065 bilhões. Neste ano, R$ 484,747 bilhões. A diferença é de R$ 59,682 bilhões. Repararam? É um valor 49% maior do que os R$ 40 bilhões estimados da CPMF no ano que vem e 70,5% maior do que os R$ 35 bilhões previstos para este ano. Mas prossegue a conversa terrorista de que, sem CPMF, o Brasil vai à breca.

Pior: o jornalismo engajado entrou nessa. E mesmo aquele que se quer mais frio, técnico e racional fala na turbulência fiscal se o governo não tiver a contribuição. Turbulência por quê? O dinheiro está aí. E com sobra. Resta ao governo gastá-lo com decência