Lobby transforma em “usuários” os viciados nas drogas ilegais…
Escrevi ontem um post sobre os descaminhos da Prefeitura de São Paulo e de seu programa de combate ao crack. Vejam lá. Escrevo este outro para chamar a atenção de vocês para um aspecto em particular: observem que os consumidores das chamadas “drogas lícitas” são tratados por praticamente a totalidade da imprensa como “viciados”. Não se […]

Escrevi ontem um post sobre os descaminhos da Prefeitura de São Paulo e de seu programa de combate ao crack. Vejam lá.
Escrevo este outro para chamar a atenção de vocês para um aspecto em particular: observem que os consumidores das chamadas “drogas lícitas” são tratados por praticamente a totalidade da imprensa como “viciados”. Não se tem receio — e é o certo — de afirmar que o sujeito é viciado em tabaco (nicotina), álcool ou remédios.
Quando, no entanto, entram na parada as drogas ilícitas, aí se recorre a outro vocabulário. Não temos “viciados” em crack, maconha ou cocaína! Nada disso! Essas pessoas ou são “consumidoras de drogas” ou, e esta palavrinha é ainda interessante: “usuárias”.
A cultura das drogas e o lobby em favor da descriminação é de tal sorte poderoso que é capaz de mudar até o vocabulário. Eu não tenho muitas dúvidas de que uma marcha em favor do cigarro ou do Lexotan seriam muito mal recebida pela imprensa. Já as Marchas da Maconha são reverenciadas quase como um desfile de seguidores de Schopenhauer…
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