Libertas quae sera tamen
Nesta madrugada, publiquei um post em que conto ter recebido o título de “Cidadão Emérito de Dois Córregos”. Motivo principal da láurea: a Câmara entendeu que costumo honrar o nome da cidade, em especial por meu trabalho em defesa da liberdade de imprensa. Dois Córregos foi fundada por tropeiros mineiros, a exemplo de outras cidades […]
Nesta madrugada, publiquei um post em que conto ter recebido o título de “Cidadão Emérito de Dois Córregos”. Motivo principal da láurea: a Câmara entendeu que costumo honrar o nome da cidade, em especial por meu trabalho em defesa da liberdade de imprensa. Dois Córregos foi fundada por tropeiros mineiros, a exemplo de outras cidades da região, como Brotas, Jaú e Mineiros do Tietê, que traz o fato histórico registrado no próprio nome. Minas ficou no nosso imaginário como a região da Inconfidência, da “liberdade ainda que tardia”, pedaço de um verso pronunciado pelo pastor Títiro na Primeira Écloga de Virgílio: “Libertas quase será tamen respexit inertem”: “A liberdade que, embora tardia, de mim se apiedou em minha inércia”. O verso todo traz certa melancolia; cortado, como foi parar na bandeira de Minas, é um convite à liberdade.
Pois é em Minas que a liberdade de expressão vive um momento delicado. E é justamente um candidato ao governo do Estado, jornalista de formação, que recorre à Justiça contra a liberdade de expressão, contra o passado de Minas e, em especial, contra o próprio passado. Trato do assunto no próximo post.