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LANTERNA NA POPA

Leiam os dois posts imediatamente anteriores a este. Lembrar aos nefelibatas que a realidade existe passou a ser uma demonstração de, como é mesmo?, “pessimismo sombrio”, não é? Então as coisas não se resolvem assim, como um estalar de dedos? Bem, racionalmente, todos sabíamos que não. Mas a impressão que se tinha era outra: eleito […]

Por Reinaldo Azevedo
Atualizado em 31 jul 2020, 18h15 - Publicado em 29 jan 2009, 18h36
Leiam os dois posts imediatamente anteriores a este. Lembrar aos nefelibatas que a realidade existe passou a ser uma demonstração de, como é mesmo?, “pessimismo sombrio”, não é? Então as coisas não se resolvem assim, como um estalar de dedos? Bem, racionalmente, todos sabíamos que não. Mas a impressão que se tinha era outra: eleito Obama, a solução viria no pacote. Não veio. Os partidários das profecias que se autocumprem dizem que, apesar das dificuldades, ele era mesmo o mais preparado. Como não se pode testar uma alternativa, a afirmação não pode ser nem contestada nem comprovada. Notem que os EUA não podem resolver o “seu” pacote ignorando o que se dá no resto do mundo — e não é nenhum país pobretão que está reclamando: trata-se da rica União Européia.

O discurso da representante de Obama em Davos chega a ser engaçado porque, com efeito, não diz coisa nenhuma. Então os problemas são globais e precisam de respostas globais? Muito bem. Mas será mesmo verdade que os EUA decidiam tudo sozinhos, especialmente nos últimos quatro anos de mandato de Bush? Peguemos a crise econômica. Quer dizer que o resto do mundo — Europa inclusive, especialmente as maiores economias — foi só arrastado pelo cassino americano? Mentira grotesca, como sabem os ingleses. Obama está no poder formal há pouco mais de uma semana. É muito cedo para qualquer prognóstico. O que alguns idiotas confundem com torcida contrária nada mais é do que certo espanto com o acacianismo das afirmações de seus porta-vozes. Valerie Jarrett em Davos vale por um Mitchell no Oriente Médio. Ambos estão a dizer que todos têm de cooperar para alcançar o bem comum. Yes, I can, you can, we can, they can… Todo mundo pode e quer. O problema está com quem não quer…

É cedo, é muito cedo. Mas a mensagem, mesmo em tempo tão curto, é aborrecidamente medíocre. E, obviamente, a despeito do que diga a canalha, torço por uma recuperação rápida da economia mundial. Ainda que isso seja tão inútil quanto torcer contra. Para mim, a melhor indicação de que essa gente mais sabia ganhar eleição do que o que fazer com a vitória está no fato de que o Obamocentrismo ainda está vivendo de demonizar o passado. O próprio Obama o fez na entrevista à TV árabe. Valerie, em Davos, também canta o mantra da irresponsabilidade dos que os antecederam.

É como ter de caminhar para a frente, na escuridão, com uma lanterna presa à popa, iluminando o caminho que já foi percorrido. Lanterna na popa, como já filosofou o mestre Roberto Campos, é coisa de velhos, de quem já viveu muito. Não é o caso de Obama.

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