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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Kassab X Marta: o debate na Record

Sim, assisti ao debate da Rede Record entre Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT), candidatos à Prefeitura de São Paulo. Seria exaustivo pontuar esta ou aquela respostas. Assim, interessa — e é isto o que pode fazer algum efeito no eleitorado — comparar desempenhos. Não há como deixar de considerar que ele, mais uma […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 18h45 - Publicado em 20 out 2008, 05h15
Sim, assisti ao debate da Rede Record entre Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT), candidatos à Prefeitura de São Paulo. Seria exaustivo pontuar esta ou aquela respostas. Assim, interessa — e é isto o que pode fazer algum efeito no eleitorado — comparar desempenhos. Não há como deixar de considerar que ele, mais uma vez, saiu-se bem melhor — os petistas sabem disso, é claro, mas jamais admitirão. E não foi pouco, não. Foi muito melhor.

Como já observei no fim da noite de ontem, alguém deve ter dito a Marta que falar alto, ou gritar baixo, é uma boa escolha. Qual o objetivo? Sei lá… Passar a imagem de energia, de segurança, de convicção? Poder ser. Acho que o resultado não é bom pra ela. Mais uma vez, abusou da agressividade contra o adversário. E não consegue fazê-lo sem afetar arrogância e desdém pelo oponente (o que, em eleição, é quase sempre mortal) — seu marqueteiro sabe disso; ele pode tentar corrigir muita coisa, mas não tem como corrigir Marta Suplicy.

Kassab, curiosamente, está plasmando uma personalidade eleitoral que induz Marta ao erro. Por quê? Estreante na disputa em cargos majoritários, nota-se que lhe falta, ao vivo, o traquejo que nela sobra desde os tempos em que dizia, com candura, no antigo programa TV Mulher, como é mesmo?, que “não importa o tamanho da varinha, mas a mágica que ela faz” — desconfio que a máxima seja mais popular entre os homens… Marta pode dizer as coisas mais assombrosas com notável desenvoltura diante das câmeras. O problema é o tom senhorial que a caracteriza.

O prefeito tem um ar cordato, sereno, camarada e acabou desenvolvendo uma arma poderosa: o papel de vítima das investidas de Marta. Ela bate, falta alto, esganiça um pouco a voz, diz ser melhor do que ele (a maioria insiste em não concordar), dá sorrisinhos irônicos, apela ao telespectador etc. Ele olha plácido, contesta as acusações, afirma que a adversária está sendo injusta ou que está errada e… E só! Atenção: os fracos excitam a piedade alheia, mas jamais a adesão. Kassab desperta a solidariedade natural com os “injustiçados”. E solidariedade é, sim, adesão: só a temos com os que reconhecemos fortes — ele, afinal, lidera as pesquisas com folga.

O prefeito, ontem, resolveu levar ao extremo o procedimento que Marta tem tentado ignorar: comparar as duas gestões, a dela e a dele. E lançou mão de um recurso: diz o nome do serviço e emenda a frase: “Antes (na gestão dela) não tinha, agora (na dele) tem”. Como se trata de ações objetivas, não dá para contestar. Ademais, por qualquer razão que se queira, incompreensível no que respeita à eficiência da campanha, Marta insiste em desqualificar uma gestão tida como ótima ou boa por 61% dos paulistanos. Contra Kassab, como sabem, eles já tentaram e disseram tudo. Nada colou. E isso aumenta o desespero e, pois, as chances de erro.

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A baixaria
No primeiro debate do segundo turno, o da Band, Kassab pareceu um pouco lento no primeiro bloco e na metade do segundo. E Marta atacou à vontade. A peça publicitária canalha, que fazia indagações sobre a vida pessoal do prefeito, deve tê-lo desestabilizado um tanto. Ontem, o feitiço voltou-se contra a feiticeira.

Indagada a respeito, Marta ficou na defensiva, voltou a afirmar que não sabia de nada (gol contra), que a intenção não era maliciosa (outro gol contra), mas que ela própria pedira para tirar a campanha do ar… Na resposta, Kassab se disse solteiro e feliz, lastimou o baixo nível e lembrou o nome de petistas ilustres (no petismo, claro) que condenaram a peça publicitária: Lula, Ricardo Berzoini, Mercadante e “seu ex-marido, Eduardo Suplicy”.

A noite prometia uma goleada. Para Kassab.

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