Justificativa do MST para mortes em PE é inaceitável, diz Lula
Por Anne Warth, da Agência Estado. Volto em seguida:O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou como “inaceitável” a justificativa de legítima defesa dos sem-terra ao assassinar quatro seguranças da Fazenda Consulta, em São Joaquim do Monte (PE), no último dia 21 de fevereiro.“É inaceitável a desculpa de legítima defesa para matarem quatro pessoas. É […]
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou como “inaceitável” a justificativa de legítima defesa dos sem-terra ao assassinar quatro seguranças da Fazenda Consulta, em São Joaquim do Monte (PE), no último dia 21 de fevereiro.
“É inaceitável a desculpa de legítima defesa para matarem quatro pessoas. É inaceitável e, portanto, a justiça terá de ser feita para apurar a verdadeira responsabilidade”, destacou. A partir daí, o presidente abordou as declarações de Gilmar Mendes. “Eu quero crer que o presidente Gilmar tenha dado opinião enquanto cidadão brasileiro. Quando houver um processo, certamente ele se manifestará como presidente e dará o seu voto”, avaliou.
Lula disse que 43 milhões de hectares foram desapropriados durante seu governo, “53% de tudo que já foi desapropriado no Brasil”. Segundo ele, 520 mil famílias foram assentadas. A prioridade agora é melhorar a qualidade dos assentamentos, emendou ele.
Ele negou a existência de uma crise institucional entre Executivo e Judiciário motivada pelas críticas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, à onda de invasões dos sem-terra no carnaval. Mendes disse que o repasse de recursos públicos ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) era um ato ilegal e afirmou que as autoridades poderiam ser acionadas por responsabilidade.
“Primeiro que não tem nenhuma possibilidade de crise institucional, os sem-terra são um movimento que existe no Brasil desde a década de 1980, já atingiu maioridade e, portanto, sabe o que é legal e o que é ilegal”, afirmou, após reunir-se com o primeiro-ministro dos Países Baixos, Jan Peter Balkenende, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
ComentoDuas coisas: uma que diz respeito ao Lula de sempre e outra que diz respeito à oposição, também a de sempre.– a aparente indignação de Lula se limita a reproduzir o óbvio: matar é crime. E não há como endossar o procedimento do MST. Noto que, de todo modo, ele conseguiu ser mais duro com os sem-terra do que Clóvis Rossi (ler post da madrugada);– as oposições, como vimos, reagiram com brandura às mortes. Notem: trata-se de quatro execuções, sem qualquer chance de defesa para as vítimas.
Sim, a Justiça terá de dar alguma resposta. Mas a questão central está sendo escamoteada por Lula e remete à fala de Gilmar Mendes: o governo federal financia um movimento sem existência legal dedicado a promover ilegalidades.