Jornalista Lara Logan conta agressão sexual sofrida no Egito
Da France Presse, em Nova York: Uma das principais correspondentes estrangeiras da rede CBS, Lara Logan, relatou ao “New York Times” a agressão sexual de que foi vítima no Cairo no dia 11 de fevereiro, em uma entrevista divulgada nesta quinta-feira.”Durante muito tempo, eles me violentaram com suas mãos”, declarou ao jornal a jornalista, estimando […]
Da France Presse, em Nova York:
Uma das principais correspondentes estrangeiras da rede CBS, Lara Logan, relatou ao “New York Times” a agressão sexual de que foi vítima no Cairo no dia 11 de fevereiro, em uma entrevista divulgada nesta quinta-feira.”Durante muito tempo, eles me violentaram com suas mãos”, declarou ao jornal a jornalista, estimando que a agressão durou 40 minutos e a foi praticada por um grupo de 200 a 300 homens.
Lara Logan, que foi hospitalizada após a sua chegada aos Estados Unidos e retomou o trabalho este mês, vai contar os momentos de horror na próxima edição do programa “60 minutes”, no próximo domingo (1º). Ela estava na praça Tahrir, centro da onda de contestação que causou a queda do regime de Hosni Mubarak, realizando uma reportagem, quando o clima em torno dela subitamente mudou, disse ao “NYT”.
“Houve um momento em que tudo começou a ficar ruim”, lembrou. Os colegas egípcios que acompanhavam a equipe de reportagem ouviram homens falando de sua vontade de despi-la, de acordo com o jornal. Logo depois, ela foi bruscamente separada de seus colegas e de seu segurança por um grupo de homens que rasgaram sua roupa e começaram a tocá-la e a agredi-la, acrescenta o jornal.
“Para o produtor Max McClellan, ver o segurança de Lara emergir do grupo sem ela foi o pior momento”, declarou o presidente da CBS Jeff Fager.
O drama que Lara viveu no Cairo serviu de alerta para o silêncio em torno dos abusos sexuais sofridos pelas jornalistas que realizam reportagens. “Temos apenas a nossa palavra”, ressaltou Lara Logan. “Os ferimentos físicos cicatrizam. Não exibimos provas, como acontece com alguém que perdeu uma perna ou um braço no Afeganistão”, acrescentou.
Para o presidente da CBS, Jeff Fager, existe “uma lei do silêncio que é do interesse de Lara e do nosso interesse quebrar”.