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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

IstoÉ: o acordo que fez do amigo pessoal de Helio Costa um homem de R$ 254 milhões

Bem cabeluda a história que está na capa da IstoÉ que chega às bancas. A reportagem é de Rodrigo Rangel e Hugo Marques. Trata-se de um tombo que a Telebrás levou no valor R$ 253,9 milhões. A questão é curiosa. Ainda que o beneficiário dessa bolada tivesse razão, as circunstâncias tornam tudo nebuloso. No centro […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 6 jun 2024, 09h44 - Publicado em 28 jul 2006, 21h20

Bem cabeluda a história que está na capa da IstoÉ que chega às bancas. A reportagem é de Rodrigo Rangel e Hugo Marques. Trata-se de um tombo que a Telebrás levou no valor R$ 253,9 milhões. A questão é curiosa. Ainda que o beneficiário dessa bolada tivesse razão, as circunstâncias tornam tudo nebuloso. No centro da operação suspeita está o ministro das Comunicações, Hélio Costa. Sua resposta é aquela que já conhecemos: “eu não sabia de nada”. Como se vê, no governo Lula, os que não querem passar por corruptos preferem figurar como ignorantes. Vamos aos dados os mais objetivos.
O caso – Telebrás paga multa de R$ 253,9 milhões ao dono da VTI Produções e Empreendimentos Ltda.
Quem é o dono? – A VTI pertence ao empresário Uajdi Menezes Moreira.
Quem é o Uajdi? – Amigo pessoal de Helio Costa há 30 anos.
Quem é Hélio Costa? – Ministro das Comunicações.
São tão amigos assim? – Ô se são. No dia 22, os dois até assistiram junto a um show em Miami. Uajdi nega. Costa confirma, mas diz que foi coincidência.
Qual a razão do processo? Foi a VTI que introduziu no país o sistema 0900. Uajdi fechou um contrato com a Embratel e recebia um percentual sobre cada ligação. Em 1998, a empresa, ainda estatal, rompeu o contrato, e o empresário recorreu à Justiça.
Mas cadê a ilegalidade? Não se trata de uma ilegalidade. A multa foi uma decisão judicial.
E onde está o problema? O Ministério das Comunicações poderia ter acionado a Advocacia Geral da União para recorrer da sentença em benefício do patrimônio público. E não o fez.
Por que não? Hélio Costa diz que não sabia.
Mas ele sabia? Os documentos dizem que sim. Foi comprovadamente alertado para o risco pelo próprio presidente da Telebrás Jorge de Motta e Silva. A revista traz os documentos.
Mais algum indício? Há um documento do próprio Hélio Costa, assinado dois dias antes do pagamento, dizendo que concordava com os termos. Ele recebeu em seu gabinete, no dia 20 de novembro do ano passado, 4 volumes relatando o caso. O Advogado Sérgio Roncados, que acompanha 700 casos da Telebrás, foi afastado deste. Só deste.
O que Uajdi leva? A bagatela de R$ 59,5 milhões em dinheiro (já levou), R$ 40 parcelas de 900 mil; passou a ser dono de um crédito de R$ 107,9 milhões que a Telebrás tem com a Receita. E ainda tem direito a outros R$ 50,5 milhões que a estatal cobra judicialmente da Telesp. Durante o fechamento do acordo que definiu o padrão japonês de TV digital, Costa e Uajdi estavam em Tóquio. Mais uma vez, diz o ministro, uma coincidência. Nunca antes amigos de 30 anos coincidiram tanto em suas andanças pelo mundo. A IstoÉ já está nas bancas.
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