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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Invasores do Congresso mereceriam ser enquadrados na Lei Antiterrorismo. Mas serão salvos por seus irmãos de extrema esquerda. Ou: “Viva Sergio Moro!”

Delinquentes políticos pedem golpe militar e dão vivas ao juiz; magistrado não tem nada com isso, mas acho que o fato deve levá-lo a uma reflexão

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h19 - Publicado em 16 nov 2016, 16h46

Se um grupo do MST ou do MTST invadisse o Congresso, impedisse o seu funcionamento, cobrando que o país seja entregue a um grupo armado, previsto ou não em lei, eu viria aqui cobrar que todos fossem enquadrados na Lei Antiterrorismo, que prevê pena de 12 a 30 anos para quem:
“sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com violência, grave ameaça a pessoa ou servindo-se de mecanismos cibernéticos, do controle total ou parcial, ainda que de modo temporário, de meio de comunicação ou de transporte, de portos, aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias, hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, instalações públicas ou locais onde funcionem serviços públicos essenciais, instalações de geração ou transmissão de energia, instalações militares, instalações de exploração, refino e processamento de petróleo e gás e instituições bancárias e sua rede de atendimento;”

Bem, o Congresso Nacional abriga a instalação pública mais importante da democracia.

Os delinquentes políticos que assim procederam mereceriam, pois, ser enquadrados na Lei Antiterrorismo.

E não! Eles não são do MST. Eles não são do MTST. Formam, até onde entendo, uma miríade de extremistas de direita, pertençam ao mesmo grupo ou não, que defendem um golpe militar no país para limpar a República. Acham que a democracia não pode dar conta do recado.

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“Ah, Reinaldo, são de direita… O que você acha deles?” Antes que eu diga o que penso sobre eles, prefiro que vocês verifiquem o que eles pensam sobre mim. Essa turma passou a me acusar
– de ser um esquerdista disfarçado;
– de ser contra a Lava Jato;
– de ser crítico do juiz Sergio Moro e…

… bobagens afins!

Infelizmente, não serão enquadrados na Lei Anterrorismo. Sabem por quê? Porque as esquerdas meteram na lei esta delinquência moral:
“O disposto neste artigo não se aplica à conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de categoria profissional, direcionados por propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais, sem prejuízo da tipificação penal contida em lei.”

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Logo, vão alegar o que os militantes de João Pedro Stédile e Guilherme Boulos alegam quando praticam atos terroristas: dirão que se trata de uma manifestação de caráter… político.

Escalada da irresponsabilidade
Há tempos alerto aqui para a escalada da irresponsabilidade, incentivada por delinquentes intelectuais na Internet: em sites, blogs, no Facebook, no Twitter… Alguns gurus da própria loucura, aiatolás da própria insanidade, Savonarolas do próprio cretinismo, pregam abertamente a violação ao Estado de Direito sob o pretexto de combater a corrupção.

Sei bem o que tem me custado resistir a essa onda de estupidez ética, de primitivismo moral, de oportunismo insano.

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Os golpistas que invadiram o Congresso entraram no recinto dando vivas a Sergio Moro. É claro que o juiz não tem nada com isso. Usar o seu nome num ato como esse evidencia o grau de confusão mental dessas pessoas.

Não obstante, é bom que o juiz e a Lava Jato reflitam a respeito. E isso nada tem a ver com condescender com a corrupção. Apenas chamo atenção para o fato de que, quando alguém na posição do magistrado ou dos procuradores da Lava Jato, com a visibilidade que ganharam — e dadas as esperanças de que são depositários —, acenam para medidas ilegais como caminho da moralidade, bem, abrem-se as portas do vale-tudo.

É para isso que tenho chamado atenção aqui no blog e em toda parte. “Mas eles fizeram isso?” Ora, defender limites severos ao habeas corpus e a admissão de provas ilegais em juízo caracteriza o caminho do atalho institucional.

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Não! A Lava Jato não está entre as causas provadas dessa insanidade. Os responsáveis devem ser buscados em outros lugares. Uma visita rápida à internet chegará à origem bolorenta, fascistoide, reacionária mesmo, desses insanos.

Mas não há como: os que têm o topete de invadir a Câmara, pedindo o fechamento do Congresso e um golpe militar, são alimentados pela retórica dos irresponsáveis; dos que não reconhecem que o Estado de Direito é o único caminho seguro para alcançarmos uma sociedade mais digna, mais justa, que respeite os direitos individuais.

Encerro com uma historinha
Encontrei fortuitamente um advogado que defende alguns petistas. Ele deixou claro, ainda que educadamente, o quanto rejeita o meu pensamento. E lamentou: “É uma pena que existam direitistas como você; todos poderiam ser porras-loucas como Fulano, Beltrano e Sicrano… Seria mais fácil! Infelizmente, a direita aprendeu a pensar no Brasil”.

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Pois é…

Como se vê, ele está certo apenas parcialmente.

Ainda há os idiotas que não entenderam as virtudes da democracia e do Estado de Direito.

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