Ingrid foi colhida pela Síndrome de Paris
Ingrid Betancourt desandou a falar bobagens nesta segunda sobre as Farc e as escolhas do governo Álvaro Uribe, que ela disse ser excessivamente duro com os terroristas – para sintetizar a bobajada. Aí os leitores me perguntam: “Bateu uma Síndrome de Estocolmo na mulher?” Não, gente. Trata-se de uma outra doença, bem diferente: chama-se “Síndrome […]
Uma informação: há mais maoístas em Paris do que em Pequim. Aliás, na capital chinesa, eles não querem nem ouvir falar nesse assunto. Bastaram três dias ouvindo a língua de Robespierre e Marat para Ingrid começar a ficar com o coração mole com a bandidagem, para começar a simpatizar com assassinos. Huuummm… Não custa lembrar que Nicolas Sarkozy – que decepção! – ofereceu o que ele chama “asilo” para os seqüestradores. Asilo? Só aos terroristas colombianos, ou o presidente francês pretende estender o benefício a similares de outras origens?
Xiii, gente, é uma questão antiga essa! Aliás, provocou uma briga dos diabos entre Jean-Paul Sartre e Albert Camus, que era um francês nascido na Argélia, um pied-noir. Pesquisem a respeito. Os amigos existencialistas tinham lá as suas divergências filosóficas, mas o que pegou mesmo foi o processo de independência da Argélia, que se deu com violência extrema de ambos os lados – tanto do governo francês como dos líderes anticolonialistas. Sartre, equivocado como sempre em política, via ali o triunfo dos oprimidos da terra, um dos últimos suspiros do colonialismo europeu etc e tal. Camus antevia o horror. Adivinhem: deu o horror. A Argélia só não é uma ditadura islâmica porque é uma ditadura militar. A França é um celeiro de delírios que se realizaram em terras distantes. Pol Pot, o facínora do Camboja, teve professores… franceses.
Fabrice Delloye, ex-marido de Ingrid, que saiu pelo mundo demonizando o governo Uribe, é um diplomata francês. Lembram-se? Quando Uribe autorizou o ataque aos terroristas acoitados no Equador, ele chamou a ação do presidente colombiano de “asquerosa”. Mais: acusou-o de impedir qualquer negociação para libertar os reféns. Ele foi o grande responsável por ter transformado Uribe, que também é vítima, em algoz.
Diplomata francês? Pois é. Há mais antiamericanos no Quai d’Orsay do que em Bagdá. E é a proximidade de Uribe com os Estados Unidos que os franceses não suportam, mesmo os que, a exemplo de Sarkozy, nunca foram de esquerda.