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Reinaldo Azevedo

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Inexiste o deus dos adúlteros

Sempre que alguém evoca a proteção de Deus para as coisas mundanas, Tio Rei fica nervoso. Deus é assunto sério demais, né? Vejam: não dá para dizer “o meu deus permite tal coisa”, a menos que você funde uma religião. Por exemplo: pode-se falar no “deus de Edir Macedo”, que lhe permite, entre outras licenças, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 20h20 - Publicado em 4 out 2007, 16h14
Sempre que alguém evoca a proteção de Deus para as coisas mundanas, Tio Rei fica nervoso. Deus é assunto sério demais, né? Vejam: não dá para dizer “o meu deus permite tal coisa”, a menos que você funde uma religião. Por exemplo: pode-se falar no “deus de Edir Macedo”, que lhe permite, entre outras licenças, comprar emissora de televisão com o dinheiro dos fiéis. Não é qualquer “deus” que é assim tão lasso… Adiante.

Diz-se por aí que “Deus” é substantivo abstrato. Defendo que é concreto. Abstração e concretude, nesse caso, nada têm a ver com materialidade do substantivo. Concreto é o que tem uma existência que independe da vontade do sujeito: carro, rocha, boi. Não é necessário alguém que os sinta para que existam, não é? Já com a saudade ou com o amor, aí é diferente. Morrem com o nosso último suspiro.

Deus é concreto, claro. Mesmo para os que não crêem. É um dado da cultura, da civilização. Mas quem me leva para tão distantes paragens? Ora, Renan Calheiros. Faço o diabo para não falar dele. Mas sou obrigado. Disse hoje este crente fervoroso: “Eu não tenho nenhuma dúvida de que nós vamos continuar ganhando porque não há nenhuma prova contra mim, nós estamos com Deus. E Deus, mais do que nunca, vai nos proteger nessa hora”.

Viram só? Renan refere-se a si mesmo como “nós”. Plural majestático, ensinaríamos às criancinhas. Um pouco mais. Já que ele escolheu a religião, trata-se de uma expressão demoníaca. É o capeta que se manifesta como coisa coletiva, como legião.

Cansei desse cara! Vamos chamar as coisas pelo nome. Deus nada! Só se for o deus do adultério. Que Renan tenha pecado contra a lei dos homens, disso não tenho a menor dúvida. E está sendo salvo também por ela, com suas múltiplas imperfeições. Mas deixe Deus fora dessa. Se ele O evoca, então sou obrigado a indagar: a que deus minúsculo se refere? De qual religião? Se for O da minha — cristianismo —, ele tem de deixar a vida pública imediatamente e pagar penitências.

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Nesta religião, inexiste o deus dos adúlteros das coisas da família e do estado. Lave a boca com creolina, excelência! Lembre-se de ter um mínimo de respeito com o sagrado já que há muito esqueceu a compostura com o que é humano.

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