Ilusões tucanas e o apparatchik
Há uma ilusão — também teórica — subjacente ao acordo PSDB-PT: a de que a história ficará congelada pelos próximos quatro anos. Assim, quanto menos mudança houvesse no statu quo, melhor. Os atores que hoje guardam posições para o embate de 2010 chegariam incólumes até o ano da eleição, e o embate seria apenas interno. […]
Supõe-se, nesse caso, que haja idéias e homens fora do lugar. Lula, nesse contexto, seria uma espécie de dado da realidade, que iria ficando de plantão, até que se chegasse ao embate que realmente interessa. Compreendo a hipótese, mas discordo. Para que ela fizesse sentido, forçoso seria que o PT não tivesse um projeto de poder. E tem. Mais do que projeto: tem o poder, de que a Presidência da República — atenção! — nem é a expressão mais importante.
Acho razoável que o apparatchik petista, inclusive o seu braço na mídia, esteja aplaudido o evento como uma grande e formidável novidade. Se eu fosse petista, faria isso também. É a maior vitória do PT desde que chegou ao poder e uma das maiores de sua história. Chama a atenção o fato de que, por contraste, nada se diga entre os tucanos. O site do PSDB, por exemplo, reproduz um belo editorial do Estadão: “O governo sumiu ou é isso aí?” É isso aí. E os tucanos devem achar bom, não é mesmo?
No site do PT, ó escândalo!, o acordo com o PSDB é noticiado de forma envergonhada — é, os petistas não querem ser confundidos, entendem? Petistas que são, noticiam com certo júbilo a acusação contra o arquiinimigo Raul Jungmann e antepõem ao título uma rubrica: “GESTÃO TUCANA”.
Bem, lamento: a história não vai parar enquanto o PSDB ajeita a meia na entrada da área defensiva.
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