Ignorem
O post que segue é dirigido aos amigos do blog. Dos inimigos, espero que se comportem como inimigos; logo… Eu realmente não estou interessado em saber o que este ou aquele blogueiros pensam a meu respeito. Embora o ministro Franklin Martins tenha dito ontem que a lógica nem sempre corresponde aos fatos — o que, […]
Eu realmente não estou interessado em saber o que este ou aquele blogueiros pensam a meu respeito. Embora o ministro Franklin Martins tenha dito ontem que a lógica nem sempre corresponde aos fatos — o que, no surrealismo brasileiro, vale por um norte intelectual e moral —, vocês sabem que sigo o raciocínio lógico, sempre. Se percebo que alguém (de blog, jornal, revista ou TV) tropeça no ilogismo, então aponto, com nome e sobrenome. Alguns ficam nervosinhos, acham que jornalistas não podem comentar o que colegas falam e escrevem. Discordo, é claro. Mídia é um assunto relevante.
Por que se irritam comigo? Uma das razões é que tenho uma divisa: as palavras têm sentido. No post abaixo, publico trecho da entrevista de Franklin em que ele comenta o processo contra Diogo Mainardi. Num dado momento, diz sobre uma sentença cujo conteúdo ele ficou sabendo antes: “Não cabe nem a mim, nem a você [Márcio Aith, editor-executivo da Veja] nem à revista dizer o que aconteceu”. Como assim? Não cabe? Não cabe por quê? Ora, é claro que cabe. “Dizer o que aconteceu” é a primeira tarefa do jornalismo. Mais adiante, Franklin diz que revista e colunista devem recorrer à Justiça. Literalmente, afirma: “É preciso correr o risco [de ir para a Justiça]; não é só falar, não”.
Muito bem. As palavras têm sentido: o que significa CORRER O RISCO DE IR PARA A JUSTIÇA? Quer dizer que recorrer à Justiça passou a ser um “risco” no Brasil? Alguns dirão: “O ministro não quis dizer isso”. Eu sei o que ele disse. No dia em que apelar ao Judiciário for um “risco”, o Brasil será uma ditadura, ainda que mitigada.
Ignorem a canalha que ronca e fuça. Eu não tenho poder nenhum. Os covardes tentam arrumar confusão comigo. Os corajosos brigam com quem manda.