Ibope em SP: as bolas fora de Mercadante
Nada mudou na disputa ao governo de São Paulo, aponta o Ibope. Segundo o instituto, Serra tinha, há uma semana, 46% das intenções de voto. Continua com eles. O petista Aloizio Mercadante mantém os mesmos 18%. Quércia está fixo nos 8%. Serra venceria a disputa no primeiro turno. Numa simulação de segundo, a distância entre […]
O resultado deve ser um tanto desanimador para Mercadante. Ele já tentou de tudo, e não consegue nem atingir o patamar de 20%: já atribuiu ao adversário tucano coisas que este não disse (o preconceito contra os migrantes), já prometeu o que nem existe (os laptops a US$ 100), já explorou os crimes do PCC, já se apresentou como a encarnação de Lula em São Paulo, já tentou aderir ao padrão Marta Suplicy de relacionamento com a cidade: ela falava na “Operação Belezura”, e ele, na educação como a “minha paixão”. Imaginem o bigodudo Mercadante posando de homem sensível… Já assumiu até a paternidade de programas como o ProUni e o Bolsa Família, o que deveria ser proibido pelo Conar… Nada cola. Não consegue atrair nem mesmo o eleitorado tradicionalmente petista.
Quércia escolheu o estilo metralhadora giratória. E encolheu. Vai ser esmagado desse processo. Nas negociações que antecederam a eleição, tentou emplacar a vaga de vice na chapa de Serra, superestimando seu capital eleitoral. Espertamente, os tucanos rejeitaram o cálice em favor da chapa puro-sangue. Já faz algum tempo que se pretende saber qual é o seu tamanho político. Aí está. E só não murcha mais porque ninguém bate nele. Está numa aliança informal com Mercadante e é ignorado por Serra. Bastaria uma rápida memória sobre os anos Quércia em São Paulo para que esse percentual se reduzisse à metade. A estética malufista de seus programas não funcionou. Agora, o PMDB sai por aí com câmera escondida para flagrar multas, no melhor estilo “Pegadinha do Malandro”. Também não está dando em nada.
Se Lula ganhar, restará a Mercadante pleitear uma vaga no Ministério. O diabo é que ninguém nunca o quis por lá. Sua ambição é conduzir a área econômica. Mas ninguém aposta que ele seja capaz disso. Também, pudera! Até os petistas devem ter achado exótica a sua explicação para o PIB pífio do segundo trimestre: culpa da Copa do Mundo… O homem é o rei da bola fora.