Hoje é dia de “Esquerda Caviar” em São Paulo. Ou: A escolha da civilização, não da barbárie
O economista — e colunista da VEJA.com — Rodrigo Constantino lança hoje, em São Paulo, o livro “Esquerda Caviar” (434 págs., Editora Record). Em tempos em que uma cabeça de porco ou de boi (não sei bem), sangrando, exibida numa feira de livros, é transformada em argumento pela esquerda truculenta para tentar impedir um simples […]

O economista — e colunista da VEJA.com — Rodrigo Constantino lança hoje, em São Paulo, o livro “Esquerda Caviar” (434 págs., Editora Record). Em tempos em que uma cabeça de porco ou de boi (não sei bem), sangrando, exibida numa feira de livros, é transformada em argumento pela esquerda truculenta para tentar impedir um simples debate, Constantino lida com ideias. Nota: a degola como fundamento moral ocorreu na sexta-feira passada, numa feira de livros na Bahia. Militantes racialistas impediram a realização de um debate sobre a questão indígena. Um dos convidados era o sociólogo Demétrio Magnoli. Os brucutus não queriam que ele falasse. Por quê? Ora, porque eles não concordam com Magnoli. Não é um bom motivo?
É contra a barbárie disfarçada de civilização que escreve Constantino, com foco especial na adesão de “artistas” e ditos “intelectuais” à estupidez politicamente correta, em nome da qual se justifica tudo, muito especialmente a violência. O fenômeno não é brasileiro; espalha-se pelas democracias, como evidencia o autor. Não há personagens mais típicos da “esquerda caviar” do que aqueles artistas globais e outras subcelebridades que gravaram um vídeo convocando um protesto no Rio, para o dia 31. Uma das moças que se “manifesta” não tem dúvida: justifica a ação dos black blocs, convidando o espectador a se perguntar “o que é que está sendo destruído…”. Ela sugere que se está diante de uma destruição, digamos, progressista…
Constantino passeia pelos mais diversos temas e demonstra como a esquerda caviar se faz porta-voz de facilidades ideológicos que evidenciam não exatamente uma visão política do mundo, mas, como resume o filósofo Luiz Felipe Pondé na apresentação do livro, “mentira, hipocrisia, luta por autoestima social, narcisismo e oportunismo carreirista”.
É isto. Espero vocês na Livraria da Vila, em São Paulo, na loja da Alameda Lorena nº 1731. É lá que se encontram pessoas que argumentam com palavras, não com cabeças de porco sangrando, incêndios, depredações e quebra-quebras. Cuida-se lá da civilização, não da barbárie. No Rio, o lançamento ocorre nesta quarta, dia 30, na Travessa do Leblon, às 19h.