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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Haddad, o Jânio Quadros com Marx de quinta e Foucault de primeira na cabeça, faz “visita-surpresa” à Cracolândia

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o Jânio Quadros com Marx na cabeça (para gáudio do Complexo Pucusp e de setores da imprensa), resolveu fazer uma visita surpresa à Cracolândia nesta sexta-feira. Atenção! Visita-surpresa acompanhada por jornalistas, entenderam? Pergunta: quando um evento público não surpreende repórteres, surpreende a quem? É preciso cuidado para […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h38 - Publicado em 17 jan 2014, 16h11
Haddad, o prefeito com coisas estranhas na cabeça, e seu líder espiritual

Haddad, o prefeito com coisas estranhas na cabeça, e seu líder espiritual

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o Jânio Quadros com Marx na cabeça (para gáudio do Complexo Pucusp e de setores da imprensa), resolveu fazer uma visita surpresa à Cracolândia nesta sexta-feira. Atenção! Visita-surpresa acompanhada por jornalistas, entenderam? Pergunta: quando um evento público não surpreende repórteres, surpreende a quem? É preciso cuidado para distinguir jornalismo de propaganda oficial.

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Ele foi lá ver o seu belo trabalho. A favela criada no meio da rua durante a sua gestão foi desmontada. Até agora, o grande feito de Haddad na Cracolândia é ter revertido o absurdo adicional gerado por sua própria administração. Mas ele se aplaude e é aplaudido. E como o petista pôs fim à favelinha erguida no meio da rua? Ofereceu salário e comida e moradia gratuitas àqueles que decidiram, digamos, impor a sua vontade, privatizando o espaço público.

Em troca dos benefícios, quatro horas de trabalho por dia mais duas de aulas de reciclagem profissional, mas estas não são obrigatórias. Os poetas das drogas são contrários a que se imponha qualquer procedimento aos dependentes. Quem circulou por lá já viu que os atendidos pelo programa — 80 começaram a trabalhar até agora; 300, dos estimados dois mil frequentadores, serão contemplados — alternam a varrição de rua com o consumo da pedra.

Então é isto: o Jânio Quadros com Foucault na cabeça — para gáudio da nova geração de pensadores boêmios da Augusta — decidiu acabar com a Cracolândia institucionalizando a Cracolândia e, na prática, legalizando o consumo e o tráfico da droga, como querem os bacanas, mas com um suplemento de “progressismo”: a porcaria, por via indireta, é financiada pela própria Prefeitura.

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Não existem regras para descredenciar o beneficiário. Ele precisa se tratar? Não. Ele precisa comparecer ao trabalho? Não. Em tese, ao menos, se não for, deixa de receber R$ 15 — o pagamento é semanal. Ele está proibido de consumir crack com uniforme da Prefeitura? Não. O seu trabalho passa por alguma avaliação de qualidade? É claro que não! A pergunta é absurda. Há um prazo para deixar o programa? Evidentemente, a resposta também é não.

Mas Haddad estava lá, firme, prometendo ampliar o programa e cadastrar novos hotéis. A Cracolândia, enfim, na prática, foi expropriada pelo poder público e entregue aos consumidores de crack — e, obviamente, à demanda costuma corresponder a oferta nas melhores e nas piores atividades humanas. Quem tende a lucrar com essa organização é o tráfico.

Programas dessa natureza, uma vez criados, jamais terão fim. Nunca mais haverá a revitalização do Centro da cidade. A região está condenada para sempre a ser abrigo de consumidores de crack — e outras drogas. O que tanto alegra aquela turma com Marx de quinta categoria na cabeça (e Foucault de primeira…) é o fato de o programa referendar, no terreno dos valores, a descriminação das drogas.

E, como se sabe, essa é uma tese considerada, em si, progressista. Mas isso não basta. É preciso também que o conjunto da sociedade financie o vício do dependente. O álcool é uma droga legal e também destrói vidas, famílias, reputações. Por que não um “Bolsa Pinga”? Porque os pinguços pobres não costumam se impor pela força e privatizar áreas da cidade. De resto, a cachaça já foi incorporada pela ordem capitalista, né? O viciado na “marvada” é visto como uma vítima do capital; já o consumidor das drogas ilícitas, para esses “progressistas”, é vítima de sua sede por liberdade… Os caretas pagam a conta.

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