Guerra 1 – Rússia invade a Geórgia
No Estadão On Line:Horas depois de forças da Geórgia terem entrado na província separatista da Ossétia do Sul e ocupado sua capital, Tskinvali, na madrugada de ontem, tanques e blindados da Rússia cruzaram a fronteira e começaram a bombardear os invasores georgianos, no mais grave conflito na região – onde 70 mil ossétios lutam desde […]
Horas depois de forças da Geórgia terem entrado na província separatista da Ossétia do Sul e ocupado sua capital, Tskinvali, na madrugada de ontem, tanques e blindados da Rússia cruzaram a fronteira e começaram a bombardear os invasores georgianos, no mais grave conflito na região – onde 70 mil ossétios lutam desde os anos 90, com apoio russo, por um governo autônomo.
A batalha em Tskinvali e áreas vizinhas, submetidas ao ataque de mísseis, foi intensa. Famílias que abandonavam a cidade falavam de prédios destruídos, corpos pelas ruas, hospitais lotados e muita gente escondida em porões. O número de vítimas variava entre “centenas de pessoas”, segundo alguns, e “perto de 1.400 mortos”, nas contas do presidente ossétio, Eduard Kokoity.
“Depois de tantas horas de pesado bombardeio, Tskinvali está praticamente destroçada”, resumiu um comandante russo na região, Marat Kulakhmetov. Ele admitia, durante a noite, que 12 soldados russos morreram e outros 150 ficaram feridos durante o cerco à capital, realizado por cerca de 150 tanques russos.
O conflito, que de início limitou-se ao controle de Tskinvali, ampliou-se para fora das fronteiras da Ossétia do Sul na madrugada do sábado – fim de tarde no Brasil -, quando a aviação russa despejou bombas sobre bases militares georgianas, como Senaki e Vaziani, perto da capital, Tbilisi. A incursão russa incluiu instalações petrolíferas vitais para o transporte de energia até a Europa – como o porto de Poti, no Mar Negro, na Geórgia.
“A Rússia começou a bombardear nossa estrutura civil e econômica”, afirmou o secretário da Segurança georgiano, Alexandre Lomaia. Ele avisou que a lei marcial seria decretada “em poucas horas” e os 2 mil soldados enviados ao Iraque, em apoio aos EUA, seriam chamados de volta. Além disso, a Geórgia decidiu mandar mais soldados para a Província de Abkházia, também separatista, aliada da Ossétia do Sul.