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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

GOVERNO LULA FINGE CRITICAR O IRÃ, MAS, NA PRÁTICA, CONSOLIDA O SEU PAPEL DE PRINCIPAL ALIADO DE UMA TIRANIA TERRORISTA

Se, por qualquer razão, você chegou à conclusão de que o governo Lula resolveu mudar um tantinho o seu discurso em relação ao Irã porque expressou ontem na ONU a sua preocupação com os direitos humanos no país, saiba que você está errado ou foi induzido a erro. Ao contrário: na prática, o alinhamento do […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 15h54 - Publicado em 16 fev 2010, 01h57

Se, por qualquer razão, você chegou à conclusão de que o governo Lula resolveu mudar um tantinho o seu discurso em relação ao Irã porque expressou ontem na ONU a sua preocupação com os direitos humanos no país, saiba que você está errado ou foi induzido a erro. Ao contrário: na prática, o alinhamento do Itamaraty com Teerã está hoje ainda mais sólido. O discurso da embaixadora Maria Nazareth Farani Azevedo, representante do Brasil nas Nações Unidas, foi pífio e, ousaria dizer, um pouco cínico, à altura de seu chefe, Celso Amorim.

Ah, sim, sim, claro: o Brasil expressou a sua preocupação com a situação das mulheres e das crianças, pediu tolerância com as minorias religiosas e com aqueles que dissentem do governo etc e tal. E ficou por aí. Achando que já era agressividade demais, reconheceu os avanços sociais no país. Não, senhores! O Brasil NÃO CONDENOU O IRÃ. Se houve um tom mais agressivo, não foi dirigido à tirania iraniana, mas ao governo dos EUA: afirmou que o Brasil não aceitará (!!!) uma solução “unilateral” para a crise. Não aceitará??? É mesmo??? Vai fazer o quê? Marco Aurélio Garcia meteria uma faca em seus dentes recém-colocados e atacaria a Quarta Frota em represália? Quem sabe as TVs a cabo?…

O Brasil expressou preocupação, recomendou cuidado, mais ou menos como fazemos os país quando os filhos adolescentes vão sair de casa: “Está levando uma blusa?” Bem, eles nunca estão, fazem cara de tédio, pegam um agasalho a contragosto e vão largá-lo na casa de algum amigo. Assim fez o Brasil. O Irã parece só um país um tanto teimoso… O Brasil, à diferença dos países europeus, não quer investigação de nenhuma denúncia, nada!!!

O governo do Irã reagiu às críticas recebidas na ONU – não às do Brasil, que aquilo nem crítica foi. Acusou o Ocidente de usar a questão dos direitos humanos para enfraquecê-lo e disse que o país é um dos mais democráticos da região. É a velha história de resumir a democracia ao processo eleitoral – que, de resto, foi fraudado por lá. A “democracia” iraniana censura a imprensa, prende opositores, mata-os nas ruas, enforca-os depois de farsas judiciais clamorosas, em que o acusado não tem direito de defesa. Para Amorim, está quase bom.

Hillary Clinton não lê este blog, claro, mas disse ontem o que se escreveu há alguns dias: o regime iraniano tem lá a tal liderança espiritual dos aiatolás, mas já é um ditadura militar, conduzida pela Guarda Revolucionária, que consolidou no país o clepto-islamismo. Trata-se de uma formidável máquina de corrupção e de repressão. O aiatolá Ali Khamnei poderia muito pouco hoje contra Mahmoud Ahmadinejad ainda que quisesse. E Ahmadinejad pode muito – ao menos enquanto for “o” homem da Guarda Revolucionária na Presidência. Foi ela que armou a fraude eleitoral, admitida até pelo Conselho da Revolução.

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EUA e Inglaterra censuraram duramente o Irã. Nas ruas de Genebra, manifestantes pediam a libertação de prisioneiros, condenavam as execuções, protestavam contra a repressão às mulheres, às minorias… Lá dentro, cega para as violações dos direitos humanos, surda para os protestos da oposição do país, muda para dizer uma palavra mais dura, Dona Maria Nazareth fazia o seu discurso pífio, alinhado com uma tirania.

Foi a coisa mais estúpida do dia, mas esteve longe de ser a mais patética. Faltava Celso Amorim dar a sua contribuição em pessoa. E ele o fez.

Em reunião com representantes da União Européia, pediu, calculem!, a volta de Manuel Zelaya a Honduras. Até aí, isso é com o chapeludo. Anistiado, ele já está. Mas o Megalonanico quer também que ele “participe” da vida política do país. Santo Deus!!! Imaginem Amorim como chanceler de uma potência como os EUA…  Iria depor e entronizar presidentes todos os dias!!! Os tanques soviéticos do Pacto de Varsóvia seriam  Amorim perto de Amorim… Custa a este senhorzinho deixar que hondurenhos, que vivem num regime democrático, decidam seu próprio destino?

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Não, ele ainda não mostra disposição de reconhecer o novo governo, não! Quer esperar, sabem? Já quanto ao Irã , nem dúvidas nem hesitações: é preciso negociar com aquele governo pacífico.

Nessa miséria toda, uma coisa há de bastante positivo: começa a cair a ficha da Casa Branca em relação ao Brasil e sua política externa, sempre vista como bastante distinta daquela posta em prática por Hugo Chávez. Os EUA e o mundo começam a ver que a retórica do Itamaraty pode até ser mais esperta. Mas a essência é a mesma. E qualquer pessoa sensata acabaria concluindo que,  seguindo nesse rumo, o Brasil poderia ser mais pernicioso à segurança regional e global do que, obviamente, a quase irrelevante (na comparação com o Bananão) Venezuela.

Lula é hoje um dos grandes aliados de um governo que prende e mata os opositores, que financia o terrorismo internacional e que ameaça o mundo com um conflito nuclear.

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Por quê? Continuamos sem saber. Só para secretar antiamericanismo vigarista e se comportar como líder regional? Seria tolo demais! Jamais desistam desta pergunta: que laços secretos unem o governo Lula à tirania do Irã?

Quem sabe um dia se abra também esse arquivo e se tenha uma Comissão da Verdade.

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