Gil consumiu muito Bob Marley e ficou ruim do juízo
Na Folha. Volto depois:O ministro Gilberto Gil (Cultura), ao dar posse ontem ao novo secretário do Audiovisual, Silvio Da-Rin, defendeu em seu discurso a TV Brasil, acusando os “mesmos que derrubaram a CPMF” de desejar “derrubar a legítima aspiração do Brasil para criar a TV pública”.Os dois maiores partidos de oposição e que foram contra […]
Na Folha. Volto depois:
O ministro Gilberto Gil (Cultura), ao dar posse ontem ao novo secretário do Audiovisual, Silvio Da-Rin, defendeu em seu discurso a TV Brasil, acusando os “mesmos que derrubaram a CPMF” de desejar “derrubar a legítima aspiração do Brasil para criar a TV pública”.Os dois maiores partidos de oposição e que foram contra a prorrogação da CPMF também criticam o gasto com a criação de uma televisão estatal. O DEM entrou com ação contra a criação da TV Brasil e o PSDB pediu a suspensão do projeto.”Não acho que conseguirão porque a TV Brasil foi produto de anos de luta e discussão não de um partido, mas de boa parte da sociedade. Devemos fazer valer esse consenso e fazer o país avançar, sem permitir que a oposição partidarize uma discussão que é republicana.”
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Aspiração de quem, ô cantante? O ministro seria capaz de apontar onde estão, ao menos, os telespectadores da TV Pública? Eu duvido que os próprios conselheiros vejam aquela estrovenga.
Gil, evidentemente, não sabe o que diz. Não se aprende teoria política soltando trinados sobre a, como é mesmo?, “tribo fumacê”, exaltada por ele em uma de suas músicas. Uma discussão só é “republicana”, meu senhor, se for também “partidarizada”, porque os partidos são instâncias fundamentais da “res publica”. Então sugiro que Vossa Senhoria enfie a viola no saco e vá cantar em outra freguesia.
Meus pais sempre me diziam para não consumir Bob Marley ou aceitar reggae de estranhos: “Faz mal para o juízo. Prejudica a memória e impede as pessoas de pensar com clareza.”
Ah, sim: quando passar o efeito da música, gostaria que o ministro me apresentasse à chamada “aspiração legítima do Brasil”. Além dos que estão sendo diretamente beneficiados pela sinecura quase bilionária, quero saber quem mais defende a tal TV Pública — aquela que ninguém vê.