Gabeira, a Lei da Anistia e a transparência
Especialmente porque tem a biografia que tem, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) concedeu um entrevista sensata ao Estadão deste domingo, o que tem sido uma constante de sua vida parlamentar nos últimos anos. Por Roldão Arruda: “O processo que um grupo de ex-presos políticos move na Justiça, exigindo o reconhecimento de que foram torturados nos […]
O senhor acha que o País deve reabrir a discussão sobre a Lei de Anistia?
Colocar a revisão da Lei da Anistia na ordem do dia, nesse momento, talvez não expresse uma necessidade da sociedade. É preciso esperar um pouco. Podemos aprofundar o acesso à verdade, sem necessariamente rever a Lei da Anistia.
Refere-se ao acesso aos documentos do período da repressão?
Sou favorável e luto em todas as frentes possíveis pelo acesso à verdade. Essa é uma reivindicação muito contemporânea. Vivemos num mundo no qual o maior conflito bélico, a guerra no Iraque, foi desencadeado e desenvolvido a partir de uma mentira oficial – a existência de armas de destruição de massa, que nunca foram encontradas. Posso lembrar também o caso do brasileiro Jean Charles, assassinado em Londres num episódio cujas informações oficiais foram contestadas por uma comissão independente. Precisamos aprofundar a idéia do direito à verdade, o que inclui a abertura de documentos oficiais, e não só os da ditadura.
Refere-se também aos documentos do atual governo?
Todos os documentos devem ser abertos, dentro de uma política de maior transparência. No Brasil, essa luta possui maior receptividade entre os cidadãos do que a revisão da punição dos militares. Clique aqui para ler íntegra