Fundação Banco do Brasil: Vida de funcionária que denunciou convênio suspeito com petistas vira um inferno mesmo sob proteção policial. Ou: E não é que Capilé conseguiu, também nessa, uma boquinha?
É do balacobaco! Acabo de ouvir da CBN. Maria Suely Fernandes, a funcionária da Fundação Banco do Brasil que denunciou, como podemos chamar?, a existência de convênios suspeitos na Fundação Banco do Brasil, mesmo estando sob proteção da Polícia do Distrito Federal, continua a receber ameaças. O alvo principal é seu filho, de seis anos. […]
É do balacobaco! Acabo de ouvir da CBN. Maria Suely Fernandes, a funcionária da Fundação Banco do Brasil que denunciou, como podemos chamar?, a existência de convênios suspeitos na Fundação Banco do Brasil, mesmo estando sob proteção da Polícia do Distrito Federal, continua a receber ameaças. O alvo principal é seu filho, de seis anos. Estão, entre outras coisas, ligando para a sua casa para lembrar que sabem em que escola ele estuda. Fazem o mesmo por intermédio de torpedos.
O caso veio à luz com reportagens de Andreza Matais, publicadas no Estadão. Reproduzo trecho de uma delas. Volto depois.
“Controlada pelo PT, a Fundação Banco do Brasil firmou convênios de R$ 36 milhões com entidades ligadas ao partido e familiares de seus dirigentes. A lista de organizações não governamentais, associações e prefeituras beneficiadas está sob investigação da Polícia Civil do Distrito Federal. O banco faz auditoria nos contratos e parcerias. Como o Estado mostrou na quinta-feira, a Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco) do Distrito Federal apreendeu documentos e computadores na sede da fundação, em Brasília. Dois DVDs e um CD foram retirados do gabinete do atual presidente da fundação, Jorge Alfredo Streit, ligado ao PT. Ele foi candidato ao governo de Rondônia pelo partido. A posse na fundação, em junho de 2010, foi prestigiada por quadros importantes da sigla, entre eles cinco parlamentares e o então ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci.
Streit sucedeu a Jacques Pena, filiado ao PT do DF, cuja administração foi marcada por repasses a entidades ligadas aos seus parentes, agora sob investigação. Com sede numa sala sem placa de identificação em Brasília, que fica trancada em horário comercial, só a Associação de Desenvolvimento Sustentável do Brasil (Adesbra) firmou parcerias de R$ 5,2 milhões desde 2003. O diretor executivo da entidade, Joy de Oliveira Penna, é irmão de Jacques e tem ligações com outras entidades contempladas com recursos.
Filiado ao PT de Goiás, Joy também participa da Rede Terra, como registra documento da fundação, obtido pelo Estado. Desde 2007, a entidade assinou convênios de R$ 7,5 milhões com a fundação. Com sede em Cristalina (GO), é dirigida por Luiz Carlos Simion, cujo irmão, Vilmar Simion, é coordenador executivo da Programando o Futuro, outra ONG contemplada com mais R$ 4,9 milhões para projetos de inclusão digital em Valparaíso de Goiás.
Os irmãos Pena são conhecidos por levar para a fundação a República de Caratinga, sua cidade de origem. Com a Associação dos Produtores Rurais e Agricultores Familiares de Santo Antônio do Manhuaçu, sediada no município, a fundação firmou convênio de R$ 1,05 milhão. A associação é comandada por dois primos de Jacques e Joy. “Tem razão de estar desconfiando, porque é parente, né?”, admite o ex-presidente, atual tesoureiro da associação e primo da dupla, Sérgio Pena de Faria.
(…)
Capilé na cabeça
É isso aí. Assim se fazem as coisas na República Petista. O caso, evidentemente, não mobiliza, deixem-me ver, os black blocs, a Mídia Ninja ou o Fora do Eixo. O Caetano Veloso também não tem o que dizer a respeito. Ele nem deve conhecer o assunto porque está a refletir, em sua mansarda imaginária, se é ou não anticapitalista.
E não seria nos contatos com o Fora do Eixo e a Mídia Ninja que o “apenas um velho baiano” (como ele se define) iria se indignar. Um dos beneficiários do, digamos, “negócio” é justamente o grupo de Pablo Capilé, o amigo de Caetano, que firmou um convênio de R$ 370 mil com a fundação, que paga o aluguel e as despesas de manutenção de nove casas da “rede”.
Consta que a fundação cuida também das despesas de uma criança de nove meses, filho do “Fora do Eixo”. A paternidade tem de ser assim referida porque não se revela o nome do pai biológico da criança. Capilé aboliu essa bobagem burguesa. Leãozinho deve ter achado “liiindo”. Como se define por lá, o bebê é um “projeto” da turma, entenderam?
O Globo Repórter fez dia desses um programa sobre a variedade de composições da família brasileira: homem solteiro e filhos; mulher solteiro e filhos; juntados, separados e rejuntados mais filhos; homem com homem, mulher com mulher (“faca sem ponta, galinha sem pé”, é uma riminha que vem lá da infância)… Mas, ao tratar da variedade (infelizmente, não sobrou tempo para homem, mulher e crianças…), o Globo Repórter se esqueceu — deve ser por preconceito e reacionarismo — da modalidade “pai coletivo” de uma, como é mesmo que eles chamam por lá?, criança “midialivrista”. Mas com dinheiro da Fundação Banco do Brasil!
Corre pra rua, “velho baiano”; vá lá protestar com um pano preto na cara!