Filme sobre Lula pode ter o maior lançamento do cinema brasileiro
Por Julia Duailibi Ainda surfando no anúncio dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e nos sinais de retomada do crescimento econômico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara-se para colecionar mais dividendos políticos, dessa vez nas telas do cinema e em pleno ano eleitoral, quando todos os esforços estarão voltados para eleger a ministra da […]
Por Julia Duailibi
Ainda surfando no anúncio dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e nos sinais de retomada do crescimento econômico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara-se para colecionar mais dividendos políticos, dessa vez nas telas do cinema e em pleno ano eleitoral, quando todos os esforços estarão voltados para eleger a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, sua sucessora.
Lula, o Filho do Brasil, cinebiografia sobre o petista, será lançado em 1º de janeiro de 2010 com uma estratégia de distribuição que tem como objetivo torná-lo um dos maiores lançamentos do cinema nacional, desde a retomada da produção cinematográfica do País, em 1995. Para isso, a produção recorrerá a tradicionais bases de sustentação política de Lula, como sindicatos, e a regiões onde ele tem alta popularidade, como no Nordeste. Um universo de 10 milhões de pessoas sindicalizadas poderá comprar ingressos a preços populares para assistir ao filme, que pretende chegar aos rincões do País em 2010.
A estreia será feita em mais de 400 salas, sendo que 88 delas não fazem parte do circuito convencional. O objetivo é levar o filme para públicos populares, fora do mercado consumidor tradicional. O lançamento chegará a 19 salas que não fazem parte do parque exibidor de 1ª linha no Nordeste, em cidades como as baianas Alagoinhas e Santo Antonio de Jesus, a cearense Maracanaú e a pernambucana São Lourenço da Mata.
Aproveitando a alta popularidade de Lula no interior, a ideia é levar o filme para capitais fora do circuito tradicional, como Rio Branco (AC), Porto Velho (RO), Palmas (TO) e Macapá (AP). A cidade de Garanhuns, na região onde nasceu Lula, receberá cópias para exibição em duas salas, já no lançamento.
Serão feitas “para lá de 300 cópias” da cinebiografia, que conta os primeiros 35 anos da vida do presidente, do nascimento até a transformação dele em líder sindical, segundo Bruno Wainer, presidente da Downtown Filmes, que ao lado da Europa Filmes é responsável pela distribuição.
Lula, o Filho do Brasil fugiu do padrão nacional de financiamento de obras cinematográficas, baseado na renúncia fiscal. Causou polêmica no mercado, ao conseguir bancar a produção, de R$ 12 milhões, com dinheiro de empresas que não se beneficiaram de nenhuma lei de incentivo fiscal. Há construtoras, montadoras e outras empresas que não são tradicionais investidoras do setor – algumas têm contratos com o governo.
“Para chegar a 400 salas, vão ter de entrar pesado no interior”, disse Luiz Severiano Ribeiro, diretor do Grupo Severiano Ribeiro/Kinoplex, que detém 200 salas de cinema. Os produtores, no entanto, acham ser possível chegar a 500 salas – Se Eu Fosse Você 2, campeão de público desde 1995, foi lançado em 315 e teve 6,1 milhões espectadores.
Ligadas ao governo Lula, CUT e Força Sindical negociaram promoções para a exibição. “O filme interessa a todo mundo, mas o público principal é o sindical”, disse Wainer. A ideia é que sindicatos ligados às centrais vendam ingressos antecipados, até 20 de dezembro, por R$ 5. O DVD do filme também deve chegar ao mercado a preço popular (R$ 10). “Pensamos em números nunca antes atingidos no Brasil”, afirmou Wilson Feitosa, diretor-geral da Europa Filmes. O plano é que parcerias com sindicatos e fundos de pensão ajudem a vender mais de 1 milhão de cópias. Aqui