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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

FHC acabou com a chance de um porra-louca vencer eleições

Aqui e ali, li que o debate da Band foi chato porque todos falaram mais ou menos a mesma coisa etc e tal; por isso, disseram, Plínio teria ajudado a sacudir a pasmaceira. Olhem: eu avalio que faltou, sim, POLÍTICA ao embate. Os candidatos optaram por uma abordagem mais administrativa e gerencial, talvez em excesso. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 14h37 - Publicado em 7 ago 2010, 06h47

Aqui e ali, li que o debate da Band foi chato porque todos falaram mais ou menos a mesma coisa etc e tal; por isso, disseram, Plínio teria ajudado a sacudir a pasmaceira. Olhem: eu avalio que faltou, sim, POLÍTICA ao embate. Os candidatos optaram por uma abordagem mais administrativa e gerencial, talvez em excesso. Mas atenção! Essa suposta “chatice” é um dado positivo. Debates animados eram aqueles do tempo em que Lula, com ar enfezado, ia à televisão defender o socialismo, o calote na dívida, o fim do Plano Real, a punição para aqueles que fizeram o Proer, o fim da Lei de Responsabilidade Fiscal — aquela baboseira toda que já constituiu o discurso do PT e que hoje é vocalizado por Plínio de Arruda Sampaio.

O fato de Serra, Dilma e Marina falarem muitas coisas parecidas é uma boa notícia — porque, afinal de contas, já superamos a fase do candidato que ia à TV para declarar que, se vencesse, iria virar a mesa. Eleição ruim, desastrosa, foi a de 1989. Se Lula tivesse vencido, teria levado o Brasil à breca. Se Brizola tivesse vencido, teria levado o Brasil à breca. Como o vitorioso foi Collor, então o Brasil foi à breca. Entenderam? Mas os debates eram quentíssimos, do tipo que deixaria acordados alguns analistas que cochilaram anteontem e que depois escreveram os comentários com os joelhos ou com o copo, sei lá eu.

Debate chato é um bom sinal. Esta foi a grande conquista do governo Fernando Henrique Cardoso: não há mais espaço para porras-loucas na política. O da vez é um velhinho de 80 anos, que diz mais irresponsabilidades do que algum sectário de 17, mas que não consegue nem mesmo pontuar na pesquisa embora se diga representantes dos “movimentos sociais”. De quais, cara pálida? Que “movimentos” são esses que não conseguem tirá-lo do traço? O governo FHC, que conquistou a estabilidade da economia, que conseguiu pôr fim à inflação crônica, coisa de que o povo gostou, estreitou o espaço dos aventureiros.

O GOVERNO FHC, EM SUMA, CIVILIZOU UM TANTO O PT, QUE FOI OBRIGADO A ADERIR À CARTILHA DO ADVERSÁRIO E FAZER UM GOVERNO DE CONTINUIDADE.

Quem quiser emoção em política que migre para o Iraque, o Irã ou o Afeganistão.

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Tudo igual?
Isso quer dizer, então, que todos os candidatos são mesmo iguais, exceção feita a Plínio? Ora, é claro que não. O PT tem uma visão autoritária da política e ainda não desistiu de se constituir, para todos os feitos, como o Partido Único, transformando a democracia num ritual apenas homologatório. Sonha juntar racionalidade econômica com ditadura. Mas não vai confessá-lo, é óbvio. O discurso de Marina é uma colcha de patchwork do onguismo. Na política, o discurso de Serra é o mais adaptado àquilo que o Ocidente conhece por democracia. E seria, sim, conveniente que essas diferenças ficassem mais claras.

Não obstante isso, a tal “chatice” de algumas respostas consensuais em matéria de economia é, à diferença do que dizem os tolos, um bom sinal. Lula já falou as bobagens que Plínio diz hoje, e havia o risco efetivo de que ganhasse a eleição. Aquele era um período perigosamente… emocionante!

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