FFLCH, hegemonia e homogenia
Calma lá.É claro que não estou atacando os alunos da FFLCH.É claro que existem professores de respeito na Fefeléchi.É claro que existem alunos de respeito na Fefeléchi.Mas também é claro que faculdade é uma espécie de incubadora do pior esquerdismo que se produz na USP. Não é a única, é verdade. No meu tempo, a […]
É claro que não estou atacando os alunos da FFLCH.
É claro que existem professores de respeito na Fefeléchi.
É claro que existem alunos de respeito na Fefeléchi.
Mas também é claro que faculdade é uma espécie de incubadora do pior esquerdismo que se produz na USP. Não é a única, é verdade. No meu tempo, a física, a FAU e a matemática também forneciam quadros. Mas os profissionais mesmo, aqueles estudantes da terceira idade, eram da Fefeléchi
A razão é simples. Os modelos teóricos da filosofia e das ciências humanas, por sua própria natureza, estão muito mais sujeitos a arbitragens pessoais. Na engenharia, você pode debater se este ou aquele material é o mais adequado para uma obra; se há contradição entre funcionalidade e conforto, o diabo. Mas, se errar no cálculo, a casa cai, a instalação elétrica entra em curto. Já na filosofia… Se uma maluca qualquer cismar que a ética de Spinoza (também conhecido por Espinosa) justifica o PT, quem vai contestá-la?
O prejuízo não se mede por casas que caem. Não há qualquer risco de incêndio. Os malefícios vão se consolidando ao longo de uma geração. Ou duas. O que estou dizendo é que a escolhas ideológicas, nesses cursos, são muito mais importantes na formação do estudante. Mais grave do que isso: os temas nos cursos de humanidades ou de letras — também no de jornalismo — tocam de perto vivências dos próprios estudantes, sua sensibilidade, suas escolhas morais, seu desejo de justiça.
Um garoto ou uma garota não cometem nenhum pecado ao ingressar num curso pensando que tem muito a aprender para criar um mundo melhor. Em certo sentido, isso é até uma obrigação, um imperativo ético. A questão é saber quais instrumentos lhes serão fornecidos para tanto. O busílis está neste ponto. Com raras exceções, todo o aporte teórico para ele construir a sua “casa” ou “viaduto” supostamente humanista é de esquerda. Ninguém poderá dizer: “Não, essa sua conta, professor, está errada”. Pior do que isso: a simples divergência é satanizada como reacionarismo.
É evidente que eu nada tenho contra os cursos da Fefeléchi. Nada tenho contra os professores da Fefélechi. E menos ainda contra as principais vítimas da Fefélechi: seus estudantes. O que faço é acusar não a hegemonia de esquerda nesses cursos. Fosse apenas isso, seria menos mau. Acuso é a homogenia, que é coisa ainda mais grave. Porque autoritária.