Por Igor Gielow, na
Folha deste domingo: “Enquanto o governo federal tenta cobrir o buraco de investimentos que ajudou a levar ao apagão aéreo, a FAB finaliza uma negociação secreta para uma compra milionária de helicópteros russos com sérias implicações geopolíticas. O custo final, se o acordo for fechado nos termos discutidos até aqui, ficará entre US$ 200 milhões e US$ 400 milhões. Um dos problemas para a Aeronáutica fazer a compra é justificar para a opinião pública o investimento no momento em que ficou patente a falha no planejamento nos gastos com o controle de vôo no país, embora do ponto de vista técnico a comparação seja indevida e haja justificativas operacionais para a compra. Oficialmente, a FAB (Força Aérea Brasileira) nega a negociação. Contudo, representantes das empresas russas Mil e Ulan Ude estiveram em Brasília e no Rio na semana passada. Não será surpresa se o acordo for anunciado na visita programada ao Brasil do chanceler russo, Sergei Lavrov, ainda neste mês. Menor ainda será a surpresa se o anúncio compreender o fim do embargo da Rússia à carne bovina brasileira e um novo programa de exportação de frango. Segundo envolvidos no negócio, o Ministério do Desenvolvimento está particularmente empenhado no pacote.A FAB quer comprar cerca de 30 helicópteros, lote composto por aparelhos de ataque Mi-35 Hind e Mi-171, de transporte.Os oficiais entusiastas da idéia são os mesmos que negociaram a compra de helicópteros Blackhawk dos EUA, que começaram a ser entregues neste ano para uso na Amazônia. A região também é o destino dos aparelhos russos, se comprados. Mas a novidade seria a atuação dos Mi-35.”
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