Esquerdopatia no vestibular da UFRGS
Vocês sabem que destaco sempre a esquerdopatia vigente nos vestibulares país afora, especialmente nas universidades públicas. Pois bem: leiam a questão 24 da prova de história da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (em vermelho): Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo, na ordem em que aparecem. A América Latina […]
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo, na ordem em que aparecem.
A América Latina ocupa posição periférica na economia mundial. Os países da região ora adotam políticas que reforçam esta sua posição, ora defendem propostas alternativas em relação às economias centrais.
Uma das políticas das economias centrais para manter a posição periférica dos demais países é a ………..; e um projeto internacional destinado a inibir as iniciativas de autonomia e integração dos países latino-americanos é …….
Aí a questão oferece as seguintes alternativas:
(A) neoliberal – o Acordo de Livre Comércio das Américas (ALCA)
(B) liberal – a Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL)
(C) populista – o Mercado Comum do Cone Sul (MERCOSUL)
(D) socialista – a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC)
(E) nacionalista – a Organização dos Estados Americanos (OEA)
O candidato, é claro, deve assinalar a altrnativa “A” se quiser “acertar”. O que dizer? Isso não é uma prova de conhecimento, mas um teste ideológico. A rigor, inexiste resposta correta para a formulação, ela mesma uma estupidez ditada pela tolice esquerdista a mais prosaica.
Quem elaborou a pergunta? Desafio o “doutor” a escrever um texto neste blog demonstrando quais foram os instrumentos empregados pelas economias centrais para obrigar os “países periféricos” a adotar esta ou aquela políticas. Não precisamos ir longe. O “antineoliberal” PT, por exemplo, antecipou uma parcela do pagamento ao FMI — e não precisava fazê-lo — quando o câmbio estava em depreciação. Tivesse pagado a sua dívida no prazo certo, teria desembolsado bem menos reais em razão da queda do dólar. Quem foi o “neoliberal” que obrigou o Brasil a fazer essa besteira?
Lei o que vai em azul no jornal gaúcho Zero Hora:
Apesar das críticas, o teste é considerado correto por professores de cursinhos pré-vestibular da Capital. Para o professor de história do Unificado José Carlos Tamanquevis, não há o que discutir:
— A questão não tem um fundo ideológico, mas sim realista. Do ponto de vista da história, ela está totalmente certa.
Conforme o professor de história do Universitário Gilberto Kaplan, o conteúdo do teste reflete a realidade e foi exposto de forma objetiva. Para ele, mesmo os alunos menos preparados teriam condições de acertar a questão ao eliminar as alternativas incorretas.
— É natural que quem defenda essa postura (neoliberal) se manifeste contrariamente. Mas o fato é que a questão traduz um momento histórico — argumentou Kaplan.
De mesma opinião, o professor de geografia do Unificado Saul Chervenski Gonçalves Filho, que também atua na área de história, afirma que o teste não merece reparações. Segundo ele, o governo brasileiro recuou do acordo para ingressar na Alca justamente porque perderia competitividade e abriria as portas para o domínio dos Estados Unidos. Apesar disso, Saul reconhece que a questão apresenta um “discurso de esquerda”.
— Embora a questão esteja certa, aqueles que são favoráveis ao neoliberalismo certamente ficaram descontentes, pois acreditam que o Estado mínimo e a abertura de mercado ao capital externo são positivos — pondera o professor.
Comento
Não há novidade na reação dos professores de cursinho, eles próprios, com raras exceções, os maiores agentes do esquerdismo burro que grassa nas escolas de segundo grau, cursos pré-vestibular e universidades. Vejam lá o que diz o tal Saul Chervenski Gonçalves Filho. É de uma ignorância oceânica, coitado! O pior é que deve dizer aquela bobagem em sala de aula.
Antes que o Brasil resistisse à Alca, os Estados Unidos já haviam caído fora. E a razão é simples: o país chegou à conclusão de que lhe era bem mais vantajoso, como está sendo, fazer acordos bilaterais com os países. O Brasil não queria a Alca por tacanhice ideológica; os EUA, como sempre, por pragmatismo. Pobres idiotas! Depois se pergunta por aí por que o país amarga os últimos lugares em provas internacionais.
O DEM protestou e levou a polêmica a seu site. Deixo aqui uma sugestão ao partido, que se tem mostrado bastante vigilante: é preciso criar uma secretaria, ligada à chamada ala jovem, para acompanhar casos assim, inclusive com assessoria jurídica. Está na hora de combater a Al Qaeda esquerdopata nas universidades, um braço bem mais importante da vagabundice ideológica do que se supõe.