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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Epa! Calma lá!

Eu não chamei de “direita burra” quem discorda de mim. É o fim da picada me atribuírem isso. E, sim, é uma manifestação de burrice. Nos posts em que trato das células-tronco embrionárias, apanhei pra chuchu. Vejam lá. Quem discorda sem usar a tática do porrete está publicado. Algumas objeções ao que escrevi são de […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h49 - Publicado em 2 mar 2008, 18h38
Eu não chamei de “direita burra” quem discorda de mim. É o fim da picada me atribuírem isso. E, sim, é uma manifestação de burrice. Nos posts em que trato das células-tronco embrionárias, apanhei pra chuchu. Vejam lá. Quem discorda sem usar a tática do porrete está publicado. Algumas objeções ao que escrevi são de uma impressionante lucidez

Mas chamei, sim, de burros alguns aiatolás de si mesmos, de uma Igreja Católica que se confundiria com uma seita minoritária, que rejeitam qualquer forma de diálogo com os “adversários”. Só os fortes dialogam. Até para que saibam a hora em que têm de parar de conversar. Dou um exemplo de quando é preciso parar: não há conversa possível entre o cristianismo e o marxismo — a questão parece antiga, mas continua atual.

Não há nada de ambíguo na minha opinião. Ao contrário. Ela não poderia ser mais clara. Mas é preciso lê-la com as lentes de quem procura entender, não de quem procura depredar o que o outro diz. Porque, nesse caso, nada do que se diga será o bastante para a determinação de distorcer o que está escrito.

Querem se manter firmes no propósito de que “mexer com embriões e fazer aborto são a mesma coisa”? Ok. É um ponto de vista. Não é o meu. E quem teve a generosidade de tentar entender o que escrevi pôde perceber que, justamente porque não são, as minhas restrições à manipulação dos embriões são, de fato, de princípio. Mas as escolhas não se dão no vácuo, não se dão no éter, não se operam no nada. Fazemos escolhas para um mundo que há, pensando num mundo a haver.

Há quem acredite que uma das grandes conquistas do nosso tempo no Ocidente é a expansão do laicismo, a progressiva desimportância das religiões, mormente da Igreja Católica. Pois eu acho o contrário: acho que isso, um fato fato, é uma tragédia. A Igreja deveria, e deve, ser o norte moral disso que se chama “massa”. Se ela se nega ao diálogo — e é possível fazê-lo sem abrir mão dos princípios —, descola-se da realidade e do mundo, abandona os seus pequenos, pecadores como todos nós, em nome de um homem grande e ideal.

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É o que quer o laicismo militante: transformar a Igreja Católica numa pequena organização de reacionários — que estará sempre “reagindo ao progresso” em vez de se pôr na vanguarda do debate. Pôr-se na vanguarda não significa adotar todos os modernismos, não, mas submetê-los ao primado de sua ética, acusando as suas falhas, quando é o caso, e os seus avanços, idem.

Finalmente, estúpidos, também, são os militantes do ateísmo — ou que nome tenham os que pretendem que os católicos têm de ficar rezando até escalavrar os joelhos e silenciar diante das coisas do mundo — e correntes bocós da esquerda que pretendem criar um cordão sanitário entre o mundo da ciência e o da religião. São aqueles muito tolerantes e ativos quando se trata de defender, como chamarei?, “orientalismos”, mas que consideram um absurdo que um católico possa falar e ter uma opinião ancorada na sua fé.

E lembro, finalmente, que aqueles que se sentirem eventualmente derrotados pela decisão do STF, caso sejam liberadas as pesquisas, devem considerar que ainda não se esgotaram as escolhas. Viverão o bastante, espero, para, num eventual tratamento, indagarem a seu médico: “Esse procedimento deriva das pesquisas com células-tronco embrionárias?” Se a resposta for afirmativa, precisam ter a liberdade de rejeitá-lo, já que seria, então, um benefício derivado de algo que repudiam como similar ao assassinato.

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