Energia 2 – Crise ameaça investimentos
Por Cristiane Barbieri, na Folha deste domingo. Volto depois: Além de tornar evidente a ameaça de uma ampla crise energética, o racionamento de gás imposto pela Petrobras na semana passada é fruto da desarticulação do governo, que não soube conduzir uma política coerente para o setor energético, segundo especialistas.”O governo manteve a herança da gestão […]
Por Cristiane Barbieri, na Folha deste domingo. Volto depois:
Além de tornar evidente a ameaça de uma ampla crise energética, o racionamento de gás imposto pela Petrobras na semana passada é fruto da desarticulação do governo, que não soube conduzir uma política coerente para o setor energético, segundo especialistas.”O governo manteve a herança da gestão Fernando Henrique Cardoso, que tinha de enfrentar imediatamente a crise, e o problema foi se avolumando”, afirma Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobrás e diretor da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia) da UFRJ. “O modelo melhorou em alguns aspectos, mas ainda há muitos buracos”, avalia. Para acadêmicos, consultores e especialistas em energia de grandes empresas, faltou uma mão forte que conseguisse eliminar as disputas entre os diferentes ministérios e internamente, dentro de cada um deles. O cabo de guerra travado entre Meio Ambiente e Minas e Energia, por exemplo, impediu a implantação de um programa energético coerente, dizem. O mesmo aconteceu dentro do Ministério de Minas e Energia, com áreas que tentavam priorizar as termelétricas, enquanto outras buscavam direcionar o gás para indústrias e automóveis. “Faltou coordenação institucional ao governo”, diz Edmar de Almeida, professor do Grupo de Economia da Energia da UFRJ. “Cada ministério puxava para um lado, e não houve um direcionamento claro da política energética. O custo político, com o racionamento, será alto.”Assinante lê mais aquiVolteiBem, tudo conforme já se disse aqui ao longo da semana passada. Eu só noto a desfaçatez do petista Pinguelli Rosa, ex-presidente de nada mais nada menos do que a Eletrobrás. Era só o que faltava, não? Já entrando no sexto ano de sua gestão, vai-se atribuir uma crise energética à herança do governo FHC? Se Lula, a exemplo de Chávez, se tornar ditador vitalício, alguém dirá, ali por 2025: “Mas o governo FHC…”