Eleição nos EUA – Obama, McCain, o debate e a lama
Por Sérgio Dávila, na Folha:A 29 dias das eleições presidenciais norte-americanas e na véspera do segundo debate entre os dois candidatos majoritários, em Nashville, no Tennessee, as campanhas do republicano John McCain e do democrata Barack Obama descalçaram as luvas e partiram para a luta-livre verbal, no que analistas batizaram de “Segunda-Feira de Lama”.Ao meio-dia, […]
A 29 dias das eleições presidenciais norte-americanas e na véspera do segundo debate entre os dois candidatos majoritários, em Nashville, no Tennessee, as campanhas do republicano John McCain e do democrata Barack Obama descalçaram as luvas e partiram para a luta-livre verbal, no que analistas batizaram de “Segunda-Feira de Lama”.
Ao meio-dia, David Plouffe, coordenador de campanha de Obama, anunciava a entrada na internet do documentário “Os Cinco de Keating”, sobre escândalo financeiro em que McCain se meteu em 1989, em seu primeiro mandato como senador (leia quadro nesta página). Era a resposta à escalada nos ataques negativos anunciada por um assessor do republicano no sábado e levada a cabo a partir do dia seguinte.
Naquele dia, Sarah Palin, a candidata a vice de McCain, acusou Obama de “andar por aí com terroristas”, alusão ao fato de o democrata ter participado da diretoria de um grupo beneficente com Bill Ayers, ex-ativista do grupo esquerdista Weather Underground.
No filme-ataque, não só é relembrada a participação de McCain no escândalo em que cinco senadores tentaram influenciar órgãos federais a beneficiar o milionário Charles Keating, no auge da crise de poupança e crédito de então, como traçam-se paralelos entre aquele e o atual momento.
A tréplica veio na forma de um anúncio batizado “Dangerous” (perigoso), que mira o dito “fator X”, o desconhecimento de muitos eleitores sobre a vida do democrata. “Quem é Barack Obama?”, começa a locutora. “Ele diz que nossas tropas no Afeganistão estão [entra voz do candidato] “bombardeando vilarejos e matando civis”. Que desonroso.”
O filme cita ainda a possibilidade de o Partido Democrata vir a controlar dois Poderes no país e influenciar o terceiro. É que, além da Presidência, estão em jogo nas eleições de 4 de novembro a totalidade da Câmara e um terço do Senado, onde os democratas devem manter a maioria. Além disso, o próximo presidente pode vir a indicar pelo menos 1 -e até 3- dos 9 juizes da Suprema Corte.