Namorados: Assine Digital Completo por 5,99
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

ELE SÓ PRECISA DO LUGAR CERTO. OU: CUECA VERMELHA E TARJA PRETA

Por Gabriela Guerreiro, na Folha Online. Se conseguirem ler até o fim, comento depois: Depois de vestir uma sunga vermelha nos corredores do Congresso, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) decidiu nesta quarta-feira devolver o “presente” à apresentadora do programa “Pânico na TV”, Sabrina Sato. Em um encontro com a apresentadora em seu gabinete, Suplicy devolveu […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 16h36 - Publicado em 21 out 2009, 20h10

bozo

Por Gabriela Guerreiro, na Folha Online. Se conseguirem ler até o fim, comento depois:
Depois de vestir uma sunga vermelha nos corredores do Congresso, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) decidiu nesta quarta-feira devolver o “presente” à apresentadora do programa “Pânico na TV”, Sabrina Sato. Em um encontro com a apresentadora em seu gabinete, Suplicy devolveu a sunga a Sabrina –que na semana passada convenceu o senador a vesti-la por cima do terno e hoje ofereceu o acessório ao ministro Paulo Bernardo (Planejamento).
“Pensei que [a sunga] fosse presente e levei para o meu gabinete. Depois ela disse em entrevista que eu não devolvi. Agora, devolvi. E ainda dei meus livros de renda básica da cidadania para ela”, disse Suplicy.
No encontro, o parlamentar deu diversos exemplares de livros de sua autoria para a apresentadora, entre eles o de renda mínima.
Ao pegar a sunga de volta, Sabrina ofereceu o acessório para o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) –que participou de audiência pública na Câmara. O ministro, porém, se recusou a vestir a sunga. “Não vou vestir nada”, disse o ministro.
Sabrina foi hoje ao gabinete de Suplicy para conhecer o local de trabalho do parlamentar. No encontro, a apresentadora disse que não pretendia provocar constrangimentos ao senador quando pediu para vestir a sunga vermelha.
Segundo o senador, os dois ficaram emocionados ao lembrar do episódio depois de ler trechos de um blog, escrito por um poeta, que saiu em defesa do petista no episódio da sunga.
“A filmagem dentro do meu gabinete todo de paredes de vidro mostra a transparência de como trabalho”, desabafou Suplicy.
O episódio da sunga vermelha quase resultou em processo por quebra de decoro parlamentar contra o petista. O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), chegou a afirmar que investigaria o parlamentar, mas acabou arquivando o caso depois que o “Pânico” desistiu de colocar a imagem de Suplicy com a sunga no ar.
Tuma disse que, como a imagem não foi exibida, o “possível desgaste” para a imagem dos políticos e do Congresso foi minimizado. E por isso não haveria necessidade de investigação.
O corregedor disse que vai preparar um relatório sobre o caso –contendo as reportagens de sites, jornais e revistas– e encaminhar à Mesa Diretora apenas para um registro do fato, sem penalidades a Suplicy.

Apelo

O “Pânico” desistiu de transmitir no último domingo a imagem de Suplicy trajado com a sunga vermelha depois que o petista fez um apelo à direção do programa para não colocar a cena no ar. Em carta, Suplicy afirma que teve o pedido atendido pelos diretores do “Pânico” uma vez que sua intenção não foi manchar a imagem do Legislativo.
O petista chegou a se reunir com os diretores do “Pânico” para pedir que a imagem não fosse exibida. Suplicy explica que, antes de vestir a sunga a pedido da apresentadora Sabrina Sato, questionou cerca de 30 pessoas que acompanhavam a gravação do programa nas dependências do Senado se deveria usar a sunga por cima do terno, mas nenhuma considerou o gesto ofensivo — por isso acatou o pedido.

Comento
Suplicy dá continuidade à sua pantomima. E o Pânico vai se tornando, vejam que chatice!, só um programa de humor oficial. Se nunca abre mão da piada quando se trata de celebridades do mundo das artes&espetáculos, dá, claramente, uma afinada quando se trata de um político. Aliás, eu gostaria de ver o pessoal do Pânico a oferecer uma cara-de-pau para Romero Jucá (PMDB-RR). Acho que ficaria bacana. A pergunta: se algum artista que se sinta sacaneado pelo programa ou se arrependa de ter permitido alguma gravação pedir para que a coisa não vá ao ar, ele será ou não será atendido? Ou isso é prerrogativa só de políticos?

Não custa lembrar, só para registro, que eu havia escrito, no meu primeiro texto a respeito, que o Pânico não poderia ser criticado por ter gravado a cena. Estava na dele. O seu papel ERA fazer humor. O de Suplicy é que não é. Do jeito como ficaram as coisas, o Pânico não fez a piada; virou a piada.

Claro, tem lá a sua graça Suplicy oferecer seu livro para Sabrina Sato. Só lembro que remédio para dormir, especialmente com tarja preta, é submetido a um controle severo. Não creio que substâncias dessa natureza possam ser distribuídas livremente. Isso tem de ser coibido, especialmente no Senado da República. Quando à mini-assembléia feita pelo dito senador para saber se vestia ou não a cueca, proponho que se avance um pouco nessa pesquisa de opinião pública. Na próxima, Sabrina Sato aparece por lá com uma camisa-de-força. E se faz a votação de novo.

Continua após a publicidade

“Ih, Reinaldo, isso é irrelevante!” Quando um programa de humor perde o senso de ridículo, torna-se parte daquilo que pretende ironizar. Quando um senador perde o senso de ridículo, vira apenas um humorista amador. Em qualquer dos casos, a coisa não tem a menor graça.

Cassação para Suplicy? Nunca pedi isso — aliás, no primeiro texto, afirmei que não era o caso. Acho que ele tem de ficar lá até como elemento didático e pedagógico. Que seus eleitores vejam bem o que fizeram e têm feito reiteradamente. E que sirva de advertência para as crianças.

“Olhe, o lugar do Bozo não é no Senado!”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
ESPECIAL NAMORADOS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.