Ele provoca em mim os instintos mais primitivos…
Esse tal deputado dirceuzista Luiz Sérgio (PT-RJ) mexe com os meus piores instintos. O PT rompeu com qualquer senso de decoro da representação e da independência do Congresso. Quem se lembra ainda da CPI do PC, no governo Collor, sabe: a presidência coube a Benito Gama, então do PFL da Bahia, partido aliado do presidente. […]
Hoje em dia, é diferente. Este tristíssimo Luiz Sérgio, um pândego, um bobo da corte petista, não tem vergonha, pejo, constrangimento de dizer que acredita que uma CPI deve começar ignorando o fato que a gerou para, vejam só, chamar um ministro do governo FHC… Será que ele quer mesmo apurar, como Benito Gama queria? Mais: ele propõe transformar a CPI na Escolinha do Professor Raimundo para o Uso de Cartões. Será que ele quer mesmo investigar, como queriam os membros da CPI do PC?
Quando Collor caiu, lembro-me de ter escrito um texto afirmando o óbvio: as instituições se fortaleciam — a começar do Congresso e de sua comissão de inquérito. O petismo rebaixou isso também. A própria escolha de Luiz Sérgio já foi uma provocação e um sinal: “Aqui não se investiga nada; aqui se faz é chicana partidária”.
Leia o que esta na Folha de hoje. Por Andreza Matais e Maria Clara Cabral:Adversários ferrenhos, PSDB e PT dividirão o comando da CPI dos Cartões. A convivência promete ser polêmica. A presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), e o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), divergem sobre como devem ser as investigações -desde o foco até como deve ser o início dos trabalhos. A seguir, trechos das entrevistas feitas separadamente.FOLHA – Por onde as investigações devem começar?LUIZ SÉRGIO – Acho que o primeiro a ser convidado deve ser o Jorge Hage [ministro da Controladoria Geral da União] porque foi ele quem criou o site da transparência [onde são divulgadas as informações sobre os gastos com os cartões]. Dentro desse contexto, inclusive, acho que o ex-ministro [do Planejamento no governo FHC, hoje no Banco Mundial] Paulo Paiva, que assinou o ato que cria os cartões, pode dar uma enorme contribuição. Quais problemas ele detectou na época?MARISA SERRANO – O começo de uma CPI tem que ser a partir dos fatos conhecidos, que são de domínio público. Se você tem uma investigação, você tem os fatos, é o natural começar por eles.
FOLHA – Qual o foco a CPI deve ter?
LUIZ SÉRGIO – Devemos primeiro fazer um debate na CPI se o cartão é bom ou não, se as contas “tipo B” são boas ou não. Eu acho que os cartões são melhores. Acho que a CPI precisará debater isso.
MARISA SERRANO – O foco tem que ser se houve corrupção ou não e, principalmente, que tipo de medidas podemos sugerir ao Congresso para que esses fatos não se repitam.
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