Ecstasy — uma satisfação a quem devo: os leitores
Como vocês sabem, eu me tornei o alvo predileto da Al Qaeda eletrônica, que assumiu a causa do Baladaboa, que tem patrocínio da Fapesp. Ele chegou a ser suspenso para avaliação e, conforme antevi desde o primeiro dia, retomado. A Fundação recebeu pressão de todo lado. Não houve clamor público nenhum, conforme se chegou a […]
Durante cinco anos, 32 usuários de ecstasy foram acompanhados. Caiu o mito de que a droga não vicia. Os efeitos sobre a saúde são devastadores. A exemplo de outras drogas pesadas, a melhor política é mesmo a campanha preventiva. A pesquisa foi coordenada pelo doutor Mutilo Battisti, da Universidade Federal Paulista. Feita a primeira pesquisa CIENTÍFICA a respeito do ecstasy, o dinheiro do Estado de São Paulo foi usado para distribuir folhetos que trazem coisas como:
“Droga leve ou segura é um termo inadequado a qualquer droga. A interação droga-organismo é algo particular. Uma droga pode trazer prejuízo para uns, sendo inócua ou benéfica para outros”.
“O efeito do ecstasy varia conforme o organismo e as circunstâncias de uso. As reações a comprimidos idênticos podem ser diferentes para casa usuário e a cada circunstância de uso.”
“O MDMA [ecstasy] atua sobre vários neurotransmissores, principalmente sobre a serotorina. Em altas doses, pode provocar efeitos desagradáveis e tóxicos.”
“Tome a metade da dose planejada”
Pois bem. Está aí. Qual era mesmo a minha principal fragilidade para tratar do assunto? Ah, é que eu sou leigo. Pois bem. Fez-se a PRIMEIRA PESQUISA CIENTÍFICA SOBRE ECSTASY NO BRASIL. Ninguém distribuiu folheto em festa, à espera da resposta de um questionário. Durante cinco anos, 32 usuários foram meticulosamente monitorados.
Lamento pela Fapesp e lamento pelo dinheiro dos paulistas. Os que podiam fazer a coisa certa não fizeram. Como diria Padre VieIra, “pelo hábito, quase se não sente”. O que também é lamentável.
Que isso seja uma satisfação aos únicos a quem devo dar satisfações: os leitores deste blog.