Ecos ainda da seita freixista e a questão dos autointitulados “jovens judeus de esquerda”
O PSOL e o tratamento que o partido dispensa a Israel continuam a render. Tudo porque publiquei aqui um vídeo, que republico, em que o notório Babá, ex-deputado federal, aparece queimando a bandeira de Israel. Na sequência, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) aparece defendendo o nome do queimador da bandeira para vereador. Sigo depois […]
O PSOL e o tratamento que o partido dispensa a Israel continuam a render. Tudo porque publiquei aqui um vídeo, que republico, em que o notório Babá, ex-deputado federal, aparece queimando a bandeira de Israel. Na sequência, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) aparece defendendo o nome do queimador da bandeira para vereador. Sigo depois do vídeo.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=Ev_tTOL1QPM%5D
Um grupo autointitulado “jovens judeus de esquerda” — ou “judeus do PSOL”, sei lá eu — resolveu fazer circular uma espécie de manifesto contra mim e em defesa de Freixo. Esse rapaz, aliás, se parece cada vez mais com o líder de uma seita. Atenção, moças e moços! Caso ele proponha montar uma comunidade alternativa na Guiana, vocês resistam, tá? Já não deu certo com Jim Jones (os muito novos recorram ao Google…).
Respondi ao tal manifesto evidenciando por A + B o que me parece ser uma cultura antissemita do partido sob o pretexto de ser apenas antissionista. Até porque, quase sempre, o antissionismo é só a fachada confortável e supostamente progressista do antissemitismo. Tornei públicos um texto em que o partido defende que o Brasil rompa relações com Israel e outro, assinado pelo deputado psolista Ivan Valente (SP), um dos homens fortes da legenda, lamentando a criação do estado de Israel e lastimando que tenha sido o Brasil, por intermédio de Oswaldo Aranha, a presidir a histórica sessão da ONU.
Enviam-me aqui coisas que andam pelo Facebook. Um dos tais “jovens judeus de esquerda” me acusa, ora vejam!, de estar querendo manipular os judeus… Então ficamos assim:
a: o PSOL prega o rompimento das relações do Brasil com Israel;
b: Freixo expressa seu apoio a um candidato que queima a bandeira de Israel;
c: uma das maiores autoridades do partido deixa clara a sua oposição à… criação do estado de Israel.
O que faz Reinaldo Azevedo, o cristão infiltrado? Expõe essas indignidades, e um rapaz adverte os judeus para que não caiam na minha conversa. Bem, se caírem na do PSOL e se acontecer o que o partido parece desejar, os judeus todos teriam um lugar para se encontrar: o mar!!
Deixe de ser tonto!
Deixe de ser tonto, rapaz! Imagine se eu acho que a comunidade judaica precisa de mim! À diferença de certos candidatos a guru e a chefete de seita, tenho senso de ridículo. De resto, trato desse binômio “esquerdas-Israel” não é de hoje.
No dia 29 de junho de 2012, publiquei aqui um post em que criticava um texto publicado no site do PCdoB. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) publicou um anúncio em alguns jornais protestando contra a presença no Brasil de Mahmoud Ahmadinejad, o aloprado então presidente do Irã, aquele senhor que, a exemplo do deputado Ivan Valente, também não se conforma com a existência de Israel. Como ele é, a seu modo, mais transparente, deixou claro que o país deve “ser varrido do mapa”.
Diante do anúncio, o que fez o PCdoB? Publicou com destaque o texto de um militante seu, chamado José Reinaldo Carvalho (vejam como nome não é destino…), em que se lê este prodígio:
“Os sionistas, que em tudo se assemelham aos nazistas, utilizaram-se nesta quarta-feira (20) do seu enorme poder econômico para destilar seu ódio e sua intolerância racistas contra o Irã, por meio de um anúncio publicitário veiculado nos principais jornais do país, os panfletos impressos do PIG.”
Não vou repetir os argumentos de então. Os curiosos recorram ao link. Observei, então, que o ódio das esquerdas aos judeus não é uma novidade, embora Karl Marx, o pai de todos, fosse judeu, a exemplo de Trotsky, Kamenev (cujo sobrenome era “Rosenfeld”), Zinoviev e Sverdlov, para citar alguns. O antissemitismo de extrema direita costumava dizer que o comunismo era mais uma invenção judaica para dominar o mundo. Os nazistas, Goebbels em especial, gostava de se referir aos inimigos como os “bolcheviques judeus”.
A União Soviética não pôs fim ao antissemitismo muito presente na Rússia czarista — os “Protocolos dos Sábios de Sião”, que traziam um suposto complô judaico e maçom para dominar o mundo, foi uma invenção da Okhrana, a polícia secreta do czar Nicolau 2º. Ao contrário: sob Stálin, os “pogroms” contra os judeus continuaram. Assim, se a ignorância do tal Carvalho, do PCdoB, não disputasse espaço com seu antissemitismo bucéfalo, ousaria dizer que ele é herdeiro de uma tradição. Mas ele é nada mais do que estúpido. Afirmar que os “sionistas se assemelham aos nazistas” — que eliminaram 6 milhões de judeus — só não é provocação barata porque moralmente criminosa. Mas estou certo de que Carvalho, além de achar que é justo, também se quer um homem sagaz.
E também devem achar que estão sendo sagazes os autointitulados “jovens judeus de esquerda” que me acusam — um não judeu! — de estar tentando, tenham paciência!, manipular esse ou aquele.
Felizmente, estou certo de que a esmagadora maioria dos judeus é inteligente o bastante para não se deixar manipular — nem por mim (caso tivesse essa pretensão) nem por ninguém.
De todo modo, é sempre muito intrigante perceber as várias máscaras que o antissemitismo vai assumindo, e a mais canalha delas todas é aquela que pretende apenas se fazer de humanista e de defensora dos “direitos dos palestinos”.
Não venham com nhenhenhém pro meu lado! Não entrei ontem nesse debate.