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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

É uma pena que não se possa impichar Dilma ao menos três vezes. Vejam o que aconteceu com a Petrobras e com o setor elétrico, que ela comanda há 13 anos!

Já afirmei aqui ser uma pena que não se possa impichar um mandatário umas três vezes. É o que merecia Dilma. Pelo que fez na Petrobras — ou permitiu que se fizesse. Pelo que fez, sim, no setor elétrico — e aí não tem como fugir da responsabilidade. E, claro, pelas pedaladas fiscais. O estelionato […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h24 - Publicado em 30 set 2015, 05h53

Já afirmei aqui ser uma pena que não se possa impichar um mandatário umas três vezes. É o que merecia Dilma. Pelo que fez na Petrobras — ou permitiu que se fizesse. Pelo que fez, sim, no setor elétrico — e aí não tem como fugir da responsabilidade. E, claro, pelas pedaladas fiscais. O estelionato eleitoral, adicionalmente, lhe cassa a legitimidade política.

Vamos pensar no setor elétrico, que é o tema deste post. Já escrevi aqui em novembro do ano passado. Se Dilma fosse primeira-ministra, teria sido apeada do poder pela barbeiragem que fez na área, que custou R$ 105 bilhões aos cofres públicos, segundo cálculo abalizado de Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), e Mário Veiga, especialista da Consultoria PSR. A conta foi feita a pedido da Folha. Para comparação: o apagão de 2001 custou R$ 25 bilhões. Vale dizer: já se torrou mais do que o quádruplo.

Dilma produziu esse desastre todo apenas com a caneta. Não precisou nem sair da cadeira. Bastaram à dita-cuja um papel, duas intervenções em rede nacional de rádio e televisão, e R$ 105 bilhões foram para o ralo, deixando como herança uma crise inédita no setor. Fosse primeira-ministra, teria sido deposta. Fosse primeira-ministra, não voltaria jamais a comandar o país; fosse primeira-ministra, sem o auxílio da máquina, é provável que não se elegesse nem deputada. Fosse primeira-ministra, teria caído e não seria eleita vereadora na minha pequena e querida Dois Córregos, porque somos muito rigorosos por lá. Como estamos no presidencialismo, foi reeleita. E o resultado está aí.

Quem está a falar do desastre? Um jornalista que não gosta dessa turma. Sim, estou. Mas as estatais do setor não deixam a menor dúvida. Leiam trecho de reportagem de Dimmi Amora e Júlia Borba, publicada na Folha desta quarta. Volto em seguida.

*
Estatais federais responsabilizam políticas do governo Dilma pelo prejuízo de R$ 20 bilhões com que as usinas hidrelétricas estão arcando, pela crise do sistema de energia. Dentre as críticas está a de que medidas indispensáveis deixaram de ser tomadas pelo Executivo no ano passado devido ao período eleitoral. A Eletrobras, principal estatal do setor, disse que o problema atual das geradoras não se “deve meramente à condições hidrológicas adversas”, mas, sim, a decisões dos gestores do sistema –agentes do governo. As críticas foram seguidas por Furnas, Eletronorte e outras estatais geradoras de energia. A argumentação consta de documentos encaminhados à Aneel (agência reguladora do setor) para apresentar sugestões na discussão sobre quem vai pagar a conta pelo prejuízo das empresas quando elas são impedidas de gerar energia para poupar água.

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Nos documentos, a Eletrobras não aceita a solução apresentada pelo Ministério de Minas e Energia, que quer que as hidrelétricas assumam um risco maior no futuro por não gerar energia. Em troca, terão o contrato de concessão prorrogado para compensar o prejuízo já existente. Desde 2012, a Eletrobras tem posição interna contrária às intervenções do governo, mas não a expunha. A estatal acumula prejuízos e suas ações despencaram 52% desde 12 de setembro de 2012, quando o governo publicou a MP 579, que reformulou o sistema elétrico. O objetivo do governo era reduzir os preços da energia, mas as mudanças desequilibraram o setor e tiveram efeito inverso: a tarifa subiu.

Nas críticas, a Eletronorte diz que o governo não tomou medidas necessárias em 2014 por ser período eleitoral: “(…) a despeito da situação excepcional de crise hidrológica por que passa o país, especialmente no ano de 2014 (em pleno período eleitoral), não foram implementadas, pelo governo, as medidas extraordinárias indispensáveis à manutenção do equilíbrio financeiro do contrato celebrado entre as partes.”

(…)
Retomo
Entenderam, caros leitores? Além da intervenção desastrada de Dilma no setor em 2012, contra a opinião quase unânime de especialistas, não de puxa-sacos, houve o que se pode chamar de pedalada elétrica. Isto mesmo: o governo deixou de tomar medidas que seriam impopulares porque estava de olho nas urnas.

A grande ironia é que Dilma chegou ao governo Lula como especialista em energia… Vejam o que aconteceu com a Petrobras e com o setor elétrico, que estão sob o seu comando há… 13 anos!

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