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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

É UM ABSURDO! QUEREM PROMOVER O LINCHAMENTO DE GILMAR MENDES!

(leia primero o post abaixo)Passei boa parte dos últimos cinco anos alertando para o processo que chamo de “desinstitucionalização” do país. Muitos diziam: “Você está exagerando”. Ora, como eu poderia estar exagerando se via autoridades da República se comportando como homens inimputáveis? Como eu poderia estar exagerando se via juízes a dizer em público que […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h14 - Publicado em 11 jul 2008, 21h17
(leia primero o post abaixo)
Passei boa parte dos últimos cinco anos alertando para o processo que chamo de “desinstitucionalização” do país. Muitos diziam: “Você está exagerando”. Ora, como eu poderia estar exagerando se via autoridades da República se comportando como homens inimputáveis? Como eu poderia estar exagerando se via juízes a dizer em público que decidiam pensando na reparação das “desigualdades”, como se a tarefa de um magistrado fosse, sei lá, distribuir renda? Não era exagero, não. O manifesto dos juízes — e um outro de procuradores — confirma os meus piores temores. Já chego lá.

Alguns leitores habituais, gente decente, me diz assim: “Poxa, Reinaldo, compreendo a sua preocupação, mas e as falcatruas de Daniel Dantas?”. Ora, que sejam evidenciadas e punidas de acordo com a lei, não contra elas. Que ele não seja usado como pretexto para um grupo de celerados declarar extinto o estado de direito no país. É só isso. Gente sustentada pelos adversários de Daniel Dantas dizem que isto é estar no bolso do banqueiro? Claro! Tomam-se como medida de todas as coisas. Porque são venais, larápios, ladrões, acham que todos são. Eu nunca servi de testemunha em processo nem a favor de Daniel Dantas nem a favor de Luiz Roberto Demarco, seu inimigo. Nunca vi pessoalmente a cara nem de um nem de outro — nem me relaciono com qualquer um deles por intermédias pessoas. Dantas, Nahas e Pitta — a estrela maior e as duas menores da tal operação —, cometeram os crimes de que são acusados? Que se reúnam as provas e cana! Mas eu posso dizer: nessa história, eu sou a favor da lei. Não estou nem com a turma de Dantas (e, dizem, de Dirceu) nem com a turma de Demarco (e, dizem, de Gushiken mais a imprensa de aluguel). Fui o primeiro, primeiríssimo, a acusar o absurdo da fusão da BrT com a Oi. Os ladravazes ainda não tinham escolhido o lado e escreveram: “Olhe, ele está defendendo os interesses de Daniel Dantas”. Com os diabos! Ele nem deve saber que eu existo.

A defesa da lei faz parecer que estou defendendo Dantas? Paciência! Talvez Protógenes tenha ajudado a operar este milagre: ao menos uma vez na vida, fez Dantas e a lei se tornarem relativamente compatíveis!

Agora os juízes
Que papelão, senhores magistrados!

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Quer dizer que um ministro do Supremo é livre para decidir desde que concorde com o juiz, é isso?

Olhem o que diz à jornalista Mônica Bergamo, da Folha, o juiz Fernando Moreira Gonçalves: “Um juiz tem que ter independência funcional para tomar decisões sem receio de ser retaliado depois. O juiz De Sanctis é conceituado, respeitado e tem que ter independência funcional para decidir com independência e sem receio.”

Pergunto ao juiz Gonçalves, e ele pode responder se quiser:1) E Gilmar Mendes? Deve ter independência funcional para tomar decisões?2) Quando De Sanctis decretou a segunda prisão de Dantas, quem estava retaliando quem?;3) O também juiz Gilmar Mendes, por acaso, não é conceituado e respeitado?

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Se eu tinha alguma dúvida
Nunca tive dúvidas sobre a seriedade de Gilmar Mendes, como vocês bem sabem. Ao contrário: eu o considero um juiz exemplar. Mas, se tivesse, o desempate surgiria agora: tenho horror a reações corporativas, de classe, a essa mania de fazer abaixo-assinado em vez de debater o mérito técnico.

“E você? Não assinou a carta anti-racialista”. Assinei. Sou sociedade civil, não sou estado. Não integro um dos Poderes da República. Juízes em clima de centro acadêmico e de assembléia estudantil não dá em boa coisa. Essa iniciativa busca demonizar o ministro Gilmar Mendes: querem deixá-lo marcado, como se fosse um homem leniente com o crime. Buscam, assim, tirar a sua independência em próximos julgamentos.

Espero que os demais juízes do Supremo percebam o risco que corremos. Se há alguém se divertindo secretamente com a tentativa de linchar Mendes, recomendo que ponha as barbas de molho: “Hoje, é ele; amanhã, é o meritíssimo”.

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Querem substituir a justiça pelo linchamento.

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